OBS.4s: observações quadradas para um mundo redondo sobre um Deus triúno!

27/01/2009

O ano aceitável do Senhor



Antes de iniciar o meu namoro com a Sara, gostei dela por quase dois anos sem que ela me desse a menor bola. Fazia várias coisas para chamar sua atenção, mas nada do que eu fazia parecia agradá-la. Até que certa vez ela me deu uma caixinha de música para eu consertar. Achei que aquela seria uma boa oportunidade de agradá-la. Desmontei toda a caixinha e fiquei a semana inteira tentando consertá-la, mas não encontrava o problema. Não era capaz de descobrir por que a caixinha de música não tocava. Lembro-me de olhar para aquela caixinha, com o formato de coração, e todos aqueles parafusos e molas espalhadas, como um enigma, e pensava: esta caixinha de música é como o coração da Sara, eu não sei fazê-lo tocar.
Em Lucas 4.19, Jesus Cristo apresentou-se na sinagoga como aquele que viria para apregoar o ano aceitável do Senhor. Lucas faz um jogo com a palavra grega para aceitável quando no versículo 24, mais abaixo, comenta que nenhum profeta é aceito em sua terra. Assim, Jesus Cristo veio tornar o homem aceitável ao Senhor, mas o Senhor não é aceitável aos homens.
Sermos aceitos por Deus parece uma graça tão comum que dificulta entendermos seriamente a dimensão da missão de Cristo. Temos dificuldade de compreender o que é oferecer a nossa vida a Deus, as nossas ações, dedicar-lhe o maior amor da alma, e tudo isto não ser aceito por Deus. Temos o amor aceito por Deus,até então, era privilégio de apenas um único povo, e ainda assim cheio de intermediários e ritos cansativos. Sem Cristo Jesus, nada do que fizermos a Deus pode agradá-lo, não somos capazes de fazer o coração de Deus tocar.
Lembro que para resolver o problema da caixinha de música, fui até a 25 de março (uma rua de bugigangas) comprei uma caixinha semelhante e troquei o motor da caixinha antiga, e então ela tocou.
Assim Jesus tornou a nossa vida como aroma agradável (a mesma palavra grega de aceitável é traduzida como agradável, também) ao Senhor, colocando em nós um novo coração para que o nosso louvor pudesse chegar a Deus. A partir de então, nossa vida poderia ser dedicada a Deus, que ela seria recebida graciosamente!

No dia 16 deste mês, Sara me aceitou como noivo numa linda festa em que se reuniram nossas famílias. Que nosso relacionamento suba ao Senhor como aroma agradável, pela graça de Deus!

Que este ano, a vida de todos nós seja aceitável ao Senhor!
Feliz ano novo a todos (atrasado)!

18/01/2009

Resposta ao degrau – reagindo a mudanças

A empresa que trabalho atualmente realizou um processo interno para avaliar o desempenho de seus empregados e cada superior apresentava um feedback de seus subordinados diretos.

Na minha avaliação meu gerente fez uma comparação muito interessante com um gráfico de “resposta ao degrau” e minhas atitudes em relação à mudança.

Pensei e percebi que podemos utilizar esta comparação também na nossa caminhada cristã. Mas primeiro vamos entender o conceito de “resposta ao degrau”.

CONCEITOS

Resposta ao degrau é uma expressão utilizada na engenharia de controle referente à inserção de um sinal “degrau” em um sistema, ou seja, uma solicitação de mudança de estado em um sistema.

O gráfico de “resposta ao degrau” trata-se da maneira como um determinado sistema irá reagir a uma mudança de estado. O sistema pode reagir, basicamente, de quatro maneiras: estável, estável oscilatório, instável ou instável oscilatório.

Estável – o sistema responde à solicitação de mudança de estado sem oscilação e atinge o nível de estabelecimento em um determinado tempo.
Estável oscilatório – o sistema responde à solicitação de mudança de estado com oscilação e atinge o nível de estabelecimento em um determinado tempo.
Instável – o sistema não responde à solicitação de mudança de estado e não atinge o nível de estabelecimento.
Instável oscilatório – o sistema não responde à solicitação de mudança de estado e oscila não atingindo o nível de estabelecimento.

Tempo de estabelecimento – é o tempo entre a solicitação de alteração de estado e o estabelecimento do sistema.

As figuras abaixo representam os conceitos acima:
Para esclarecer melhor, vamos tomar o exemplo do elevador. O elevador reconhece a entrada de um sinal “degrau” quando o usuário seleciona um andar. Um elevador em perfeito estado irá atingir o andar selecionado de maneira estável de modo que o usuário. Já um elevador não tão perfeito irá atingir o andar selecionado, porém, antes oscilará (aquele famoso tranco), este é o caso de uma resposta estável oscilatória. Instável seria o elevador nunca atingir o andar selecionado. E instável oscilatório seria o elevador se mover de andar em andar sem nunca atingir o andar selecionado. Esse foi um exemplo bem simples, mas espero ter esclarecido um pouco.

APLICANDO EM NOSSA VIDA

Creio que da mesma maneira que os sistemas reagem a uma solicitação de mudança de estado, nós também reagimos a mudanças em nossas vidas.

As solicitações de mudança vêm de Deus e entram em nossa vida quando lemos algo na bíblia que constrange a mudar nossas atitudes ou quando ouvimos uma palavra que nos desafia a dar mais um passo em direção a santidade.

A nossa disposição em responder a estas mudanças irão definir como será nossa resposta.

Podemos reagir de maneira instável, negando completamente a solicitação de mudança. Anulando em nós a voz do Espírito e desprezando os mandamentos de Deus. Ou então, reagimos da maneira instável oscilatória, variando entre extremos, mas sem nunca atingir o ponto desejado por nosso Senhor. Creio que qualquer uma destas duas atitudes são as mais perigosas a serem tomadas em nossa vida.

Responder de maneira estável é, sem dúvida, o melhor. Entendemos a proposta, assimilamos o ensinamento e o aplicamos, sem questionamentos, em nossa vida. Atingimos o objetivo proposto sem nenhuma variação no processo. Mas, na minha vida, tenho percebido que tenho respondido as mudanças do jeito estável oscilatório. Antes de ter assimilado completamente a idéia, parto para um primeiro extremo. Quando, lá em cima, percebo que passei do ponto volto, sem ter digerido completamente os ensinamentos, e desço mais que deveria. E assim vou indo até, graças a Deus e Sua paciência, atingir aquilo que Ele havia proposto no início.
É aí que precisamos entender melhor o tempo de estabelecimento. Todo o processo de mudança levará algum tempo. É fundamental que neste processo nós caminhemos com Deus. Não podemos acreditar que podemos mudar por nossas próprias forças. Precisamos do auxílio de Deus tanto para o correto entendimento daquilo que Ele quer de nós, como recebemos dEle coragem para tomar as atitudes necessárias.

Que Deus nos ajude a responder de maneira estável as Suas solicitações de mudança em nossa vida.



11/01/2009

Reforma ou Revolta?


Estive em Goiânia esses dias e observei uma coisa muito diferente da minha realidade. Na verdade o que eu observei está se tornando cada vez mais a nossa realidade brasileira. Notei que, ao passear pela cidade, existem várias igrejas e várias denominações, mais do que imaginava existir, existem igrejas de denominações diferentes lado a lado. Achei meio estranho, pois as igrejas evangélicas crêem no mesmo Deus, então porque haver duas igrejas evangélicas, mas de denominação diferente, uma em frente da outra? Isso me incomodou bastante.

Comecei a pensar sobre a reforma que todos nós estamos cansados de saber e de ouvir. Ao lembrar do nome uma questão me veio a mente, será que Lutero gostaria de ver que o seu trabalho resultou numa febre de divisões? - Ah, se você não pensa igual eu vou abrir minha própria igreja- . Será que foi isso mesmo que Lutero fez? Simplesmente, por descontentamento abriu uma nova igreja pra ele? Acho que se fosse assim que ele pensasse o nome do movimento seria Revolta e não Reforma. Lutero lutou pela união dos cristãos, pela união dos que crêem na morte expiatória de Jesus Cristo. Tentou sentar e conversar sobre o que ele estava descobrindo na bíblia. Mas o que houve?
Perseguição, afrontas e etc.

Com o passar do tempo, virou comum termos denominações diferentes, porque afinal de contas, nossas doutrinas não convivem do jeito que deveriam, porque eu acredito que se eu pecar eu perco a salvação e você acredita que não perde. Pegamos uma tendência doente de separar e esquartejar o corpo de Cristo em vários pedacinhos a ponto de quando ouvimos um missionário presbiteriano dizendo que batizou por imersão ficamos chocados.

Gostaria que pensássemos: o que é mais importante, a união dos que acreditam em Jesus? Ou a doutrina que nos separa pontos de vista?

Com a falta de união entre os cristãos observamos cada vez mais escândalos e extremismos, porque a voz do conservador dizendo que aquilo deveria ser questionado não foi ouvida e porque a atitude do pentecostal não foi aceita. Penso que se colocássemos todos os crentes juntos numa mesma igreja (entendo por crentes: Católicos, conservadores, reformados, pentecostais, neo-pentecostais e por aí vai...) essa igreja seria a igreja com mais problemas que já existiu na face da terra, todos falando sem ouvir, todos querendo do seu jeito sem abrir mão. Daí me lembro de uma passagem de provérbios que diz que o orgulho só gera discussões, mas a sabedoria está com quem toma conselhos. Será que temos ouvido as pessoas que pensam diferente? Ou temos discutido? O problema sempre vai ser o orgulho! Vejo que essa igreja seria também a igreja com mais equilíbrio que ouvimos falar, porque passaríamos a conviver com o diferente e dosar nossas diferenças no ponto saboroso.

Porque não aprendemos com as famílias? As famílias são compostas inicialmente por duas pessoas totalmente diferentes, mas que andam juntas e tem o momento de brigas e conflitos e continuam juntas. E quem disse que conflitos não são bons? É dos conflitos que surge o equilíbrio. E o que vemos hoje são coisas desequilibradas como intolerância com uma bateria ou intolerância contra o certinho! Tudo isso porque as partes não foram ouvidas, não ouve amor suficiente que pudesse deixá-las juntas.

Particularmente, eu possuo uma enorme dificuldade em lidar com um tipo de crente. Mas acredito piamente que devo insistir na relação entre os diferentes, pois sem ela o ministério de reconciliação do nosso Senhor Jesus Cristo foi em vão.

E então? Vamos nos unir?

05/01/2009



Theo veio ao mundo num dia não muito agradável. Seus pais haviam acabado de ter uma briga quando sua mãe sentiu as contrações na barriga muito intensas. Seu pai já estava na porta para sair de casa, mas decidiu voltar e socorrer sua esposa. Levou-a correndo ao hospital público da cidade e, para variar, demorou a serem atendidos. O homem gritava descontrolado pelos corredores, para que ela fosse logo atendida. Assim que veio o médico sem nenhuma pressa, encaminhou-a até a sala de parto.
Alguns minutos depois nascia Theo, um bebê saudável e bonito. Os pais estavam contentes, mas com um sentimento de vazio também.
Como não houve nenhuma visita de familiares, os pais não tardaram muito para voltar para casa.

Theo era filho único. Estava sempre sozinho. Ele costumava sumir de casa de vez em quando. Era um garoto que vivia por si só, chorando alto por dentro. Mas ninguém o escutava. Seu pai se dedicava totalmente ao trabalho e sua mãe tinha sempre uma reunião, um passeio com as amigas. Theo não tinha com quem conversar, não costumava sorrir e não sonhava com o futuro.
Certo dia ele resolveu cavar um buraco no quintal de sua casa, para se esconder e chamar atenção. Mas raramente tinha êxito.
Dezenas de crianças brincavam e gritavam de alegria na rua, bem em frente à sua casa. Mas ninguém notava Theo. Estava acompanhado, mas permanecia sozinho.
Theo não via graça em viver.
Entrou pela porta de casa, passou pela sala, onde sua mãe bordava e seu pai assistia a um jogo de futebol no volume máximo e foi ao banheiro tomar banho. Horas se passaram quando seu pai notou que seu filho estava gastando uma nota com desperdício de água. Entrou no banheiro, que estava com a porta destrancada e viu o que jamais esperava. Theo boiava na banheira, que transbordava água para todos os lados. A mesma intensidade de água que tanto escorreu de seus olhos vazios. Foi quando o coração de seu pai estremeceu, acendendo um sentimento escondido por todos os anos.

Durante toda a noite, os pais de Theo não conseguiam dormir e nem mesmo olhar um para o outro, aos prantos. Todos os dias, o pai tentava consolar a mãe, que estava fora de controle. Nenhum deles entendia a decisão de Theo. Nenhum deles enxergava a dor do menino. E era tarde demais.
Eles só queriam que seu filho soubesse que eles o amavam. Mas não tinha mais como saber. Theo se foi para sempre.
Há tanta coisa que podia ser dita a Theo. Mas já é tarde.
Podíamos dizer que Jesus o ama, que Ele se importa com ele. Mas agora é impossível. Theo não pode mais nos ouvir. E nós também nunca tentamos lhe falar. Theo agora está perdido. E nós perdemos a chance de lhe avisar.
Mas pode não ser tarde demais para um Theo.
Há tantos Theos por aí. Há um Theo bem ao seu lado. E você nem imagina o que ele sente. Porque você nunca ousou perguntar.
Conte para ele. Fale do amor de Jesus e que Ele se preocupa com cada um. Que Ele quer cuidar e ter um relacionamento. Conte logo. Amanhã esse Theo pode não aparecer mais.
Porque o menino Theodoro, que quer dizer “dádiva do Senhor”, continua perdido e sozinho, sofrendo amargamente por causa do seu silêncio.


A CABANA - RECOMENDAÇÃO ESPECIAL

Não quero usar este blog para fazer propaganda ou analisar obras, mas neste caso, tenho que abrir uma exceção.

O último livro que li no ano de 2008 foi A Cabana. Está no topo dos mais vendidos do Brasil, segundo a Revista Veja.
Já li muitos livros durante a minha vida. De todos os gêneros. Mas A Cabana me comoveu completamente. A sinopse é simples, mas o que se passa no decorrer do livro é surpreendente. Não vou contar a estória aqui. Espero que você a leia por completo. O fato é que o que o livro me deixou, eu não posso deixar de contar.
Eu agora tenho uma visão totalmente diferente de Deus, de Jesus e até mesmo do Espírito Santo em relação ao que eu tinha antes de ler este livro. Eles parecem mais acessíveis, mais reais e mais presentes. Eu agora sinto um desejo muito maior de ir logo para o céu, pois a forma, a visão que o livro demonstra de como deve ser o céu, é fascinante. Talvez não seja assim, mas talvez seja. Os diálogos, a tensão, a emoção, envolve até mesmo o de coração mais duro. O livro mostra como lidarmos com os nossos problemas, como nos relacionarmos uns com os outros e principalmente com Deus, o Papai. Não se trata de um livro de auto-ajuda. Mas de qualquer forma, ensina, esclarece e motiva. De acordo com o autor, a narrativa é baseada em fatos reais. Tudo aconteceu com um grande amigo dele. Sinceramente, não sei se acredito em tudo, mas também não duvido. Não há provas, mas você acaba realmente desejando acreditar.
Não só indico, mas peço a cada leitor deste blog que vá comprar este livro.

O autor do livro é formado em Teologia pela Universidade de Oregon, EUA. Filho de missionários canadenses, cresceu em Papua Nova Guiné.
Como sua mãe, as editoras evangélicas norte-americanas acharam o livro herético. Já as editoras seculares acharam que o livro falava demais sobre Jesus. Seus amigos, então, criaram uma editora excepcionalmente para lançar o livro, que ficou 20 semanas na lista dos mais vendidos, de acordo com The New York Times. Já foi traduzido para 36 idiomas e vendeu mais de 4 milhões de exemplares em todo o mundo.

Não estou aqui levando em conta cada detalhe do livro, se é herético ou não. Há momentos em que você vai achar que o autor está passando dos limites da imaginação. Mas francamente, como um todo, o livro me aproximou 1 Km de Deus.

PS: Nany, obrigado por este grande presente.