OBS.4s: observações quadradas para um mundo redondo sobre um Deus triúno!

27/09/2009

Paradigma


Já faz um tempo que vivo um paradigma interessante em minha vida. Ele é o do usar os talentos e a dependência de Deus.

As minhas primeiras vezes como orador ou como um palestrante exigiram muitas orações e uma constante preparação, um nervosismo e uma atenção redobrada. Pois tinha medo, tinha receios e sempre quis que os ideais como a mensagem ser de Deus fosse posto em prática.

Acontece que com o decorrer do tempo a prática se tornou uma aliada. A maior experiência me dotou de uma eloquência melhor, uma maneira de me expressar melhor e etc., que eu acabei deixando de ter a preocupação a concentração e porque não a dependência de Deus que eu tinha quando não tinha aprendido a falar em público.

Já pensei em nunca aprender a falar em público, porque é uma tarefa muito difícil e eu quero sempre ser dependente de Deus. Mas não é isso que eu aprendi com Deus. Sempre vi que Deus queria que eu me aprimorasse sim nessa arte, que eu me preparasse melhor, que eu tivesse mais fluidez nisso.

Ao mesmo tempo perdi a carga horária em oração que eu tinha quando não tinha tanta prática até chegar ao ponto de preparar para falar uns 15 minutos antes e ainda pedir para Deus me ajudar.

Acho que essa é uma realidade expressa pelo falar em público mas que adentra em várias outras áreas da nossa vida. Esse dualismo de se aprimorar no que se faz e ao mesmo tempo continuar dependente de Deus.

21/09/2009

Vitamina B, de Bíblia!

Quando eu era pequeno, por volta dos 4 anos de idade, já comecei a demonstrar aos meus pais e professores de escola (isto inclui dominical) que tipo de pessoa eu seria dali em diante. Meu caráter começou a se revelar. Lembro claramente de coisas erradas que fiz nesta idade.

Posso afirmar que fui um menino alegre, contagiante, cheio de amor e esperto (estilo Agostinho Carrara). Eu gostava de ajudar os excluídos na escola, os que eram zoados pelos outros. Como eu era um pouco popular, muitos me respeitavam, e eu pude usar esta posição para ajudar quem precisava. Eu era muito agitado, não parava quieto, era cheio de imaginação. Brincava sozinho, em grupo, com menino, com menino; a tudo e todos eu dava certo! Eu nunca fui uma criança má, a ponto de fazer maldades com pessoas e animais. Mas eu adorava implicar, fazer a pessoa chorar de raiva, de tanto eu importunar. Mas isto só acontecia quando eu julgava que a pessoa merecia. Tá, nem sempre...

Era costume eu ficar em pé no canto da sala de aula quase todos os dias, de castigo. Não conseguia prestar atenção por muito tempo numa coisa só. Facilmente me distraia com uma abelha no cabelo de uma menina da carteira da frente.

A partir dos 12 anos comecei a mudar um pouco. Fui me tornando um rapaz recatado. Outros pecados foram se manifestando. Deixei de ser aquela criança que amava e ajudava tão facilmente os outros. Até hoje me sinto mal por isto! Simplesmente a vida levou esta minha velha característica.

Mas algumas qualidades Deus foi revelando na minha pessoa com o passar do tempo. Eu não só perdi, mas ganhei também. Houve uma época da minha adolescência onde eu tive todos os motivos para me rebelar contra Deus (todos os adolescentes dizem isto), mas foi o tempo onde minha fé mais se expressou. Como era bom acreditar, como era bom ficar mais perto de Deus. Eu sentia que de fé em fé, lendo a Bíblia, resistindo tentações eu ia crescendo...

Quando adolescente, tomei muita vitamina, devido meu porte físico ser comparado à perna do Sylvester Stallone (rs). Mas saibam, o que me sustentou mesmo foi a vitamina B, de Bíblia. Tomando a vitamina todos os dias, eu ia sentindo-a mexendo dentro de mim, diluindo as coisas ruins e fortalecendo as boas.

Sinto falta de como eu era quando criança! Vejo-me hoje e acho que eu agradava muito mais a Deus! Penso que eu era mais amável, me preocupava mais com os outros, dava mais valor aos meus pais. Acho que preciso da vitamina B de novo!

Preciso tratar minhas doenças, fraquezas e feridas internas. Acredito que assim ficarei mais forte e até mais bonito! Não vou ficar como antes, quando pequeno. Mas espero ficar ainda melhor! Sei que Deus também espera isto de mim. E sei que Ele vai me ajudar, como sempre!
Agora, me deem licença. Vou tomar o comprimido do dia...

13/09/2009

Pecado: de Pop Up a meus favoritos


O pecador sem vergonha está na Bíblia online. É a 1a vez que está navegando. De repente, uma música atraente surge no ar, uma traiçoeira e sutil janelinha aparece tapando o salmo. O internauta se assusta, mas logo está hipnotizado pela persuasiva propaganda do restaurante Fruto Proibido. Avisado, no entanto, que aquilo poderia ser um terrível vírus que danifica seu software, rapidamente pega o mouse e X. E para se precaver, abriu as ferramentas e aplicou o bloqueador de Pop Ups.
Voltou à leitura do salmo. Em parte. Após o segundo verso, o sujeito já estava lembrando com prazer da musiquinha e da fome de seus olhos. Resolveu, só para não ser muito radical, desbloquear o bloqueador, e continuou a não leitura, só esperando a janelinha.
E ela apareceu. O coração começou a bater forte, ele olhou em volta do quarto para ver se ninguém aparecia, fechou a porta, colocou o fone de ouvido e clicou na janelinha, só para conhecer, afinal, ele não podia ser tão radical.
A grande janela, então, se sobrepós à Bíblia, e foi um fascínio para os olhos. No auge da apresentação, contudo, "PAM",

O rapaz então desligou o computador como um ladrão e foi dormir pensando. Quando acordou, ligou o computador, a net, ficou esperando a janelinha já que não tinha o endereço de lá para ir direto. Quando a janela apareceu, se precaveu agora de fechar a janela da Bíblia, a fim de não travar novamente. Então abriu o site novamente.

Foi um delírio. Ficou horas ali, deleitando-se com os olhos, portas fechadas e fone de ouvido. Quando se deu conta, assustou-se com a hora, e, antes de sair, precaveu-se de colocar ou link em "meus favoritos", assim não irá depender somente da janelinha Pop Up.

Nos dias seguintes, ligava o computador, passava os olhos na Bíblia online para cumprir a rotina e caía na rede novamente, ali naquele belíssimo site. Logo logo, para acabar com aquele legalismo, tirou a Bíblia na página inicial colocando o restaurante no lugar.

Acontece que com o passar do tempo, seus programas e arquivos começaram a dar defeito. Já não conseguia trabalhar ou fazer qualquer trabalho de faculdade em paz. Começou a ter muitas dificuldades nestas áreas, e como não lia mais a Bíblia, não tinha mais conforto em sua alma.

O pecador sem vergonha falou, então, com seu pai Cristiano, com certa vergonha, pedindo que olhasse o seu computador. O pai olhou todos os arquivos, todos os programas, todas as pastas e sites que o rapaz visitava. Cabisbaixo, o rapaz só esperava a bronca. Mas seu pai somente lhe disse:

- Olha filho, o que causou isso foi um vírus muito forte. Para resolver, vamos precisar formatar seu computador. Nisso, entregou-lhe um pen drive:

- toma, faça o backup dos arquivos, pastas programas e sites que você achar importante que logo eu volto e farei uma limpeza geral.

O pai saiu e deixou o internauta sozinho no quarto com uma decisão muito doída;

_______________________________________

- conheça nosso site: http://imagemesemelhanca.com/





06/09/2009

Chamados

No final do evangelho de Mateus temos a chamada grande comissão que é a ordem de Jesus para ir por todo o mundo e fazer discípulos de todas as nações.

Sei que esta passagem é clara e não nos deixa dúvida sobre nossas obrigações como discípulos de Jesus, mas vamos compreender uma outra dimensão desta ordem.

Uma coisa que tenho aprendido aqui no CEM é que a Bíblia foi escrita com um propósito primeiro de atingir às pessoas de sua época e, pela sabedoria de Deus, ela é ainda viva e eficaz para nossos dias.

Então vamos entender, primeiro, o que significava ser discípulo na época de Jesus.

Todo judeu acredita que a Torá (os cinco primeiros livros da nossa Bíblia que significa: ensino, instrução ou simplesmente “o caminho”) era o centro, a base de suas vidas e era o enfoque do seu sistema educacional. A maioria das crianças judias com cerca de seis anos entravam na escola para aprender a Torá e se reuniam na sinagoga e eram ensinados por um rabino (o professor local da Torá). Este primeiro nível de ensino era chamado de beit sefer e durava até as crianças completarem dez anos. No beit sefer eles memorizavam a Torá e aos dez anos, seus ensinamentos estavam gravados em seus corações. Terminando o beit sefer a maioria das crianças saiam da escola e começavam a aprender o ofício e negócios de suas famílias, mas os melhores dos melhores continuavam estudando e a educação deles prosseguia para o próximo nível: o beit Talmud. No beit Talmud, os que demonstravam uma aptidão natural, memorizavam os demais livros da Escritura Hebraica (Gênesis a Malaquias). Aos 14 ou 15 anos eles terminavam o beit Talmud e a maioria deles também já tinha aprendido um pouco sobre o ofício da família, mas os melhores dos melhores dos melhores prosseguiam ao próximo nível de educação, o chamado beit midrash. Para este próximo passo eles iam até um rabino e pedia pra se tornarem um dos seus discípulos. Então, o rabino os testaria fazendo perguntas sobre a Torá, sobre os profetas, sobre tradições orais, porque o que o rabino queria saber era: “Este rapas pode sentar-se à minha frente? Ele pode fazer o que eu faço? Será que ele pode divulgar a minha maneira de interpretar as Escrituras? Será que ele tem o que eu preciso?” Então o rabino testaria o rapaz com algumas perguntas. E se ele achasse que o jovem era bom, que amava a Deus, amava a Torá, mas que o jovem não era o melhor dos melhores o rabino diria ao rapaz: “Vejo que você ama a Deus e conhece a Torá, mas não tem as qualidades para ser meu discípulo”. E o rabino diria algo assim: “Vai e continue estudando os negócios de sua família. Continue a praticar o ofício da família”. Mas, se ele tivesse as qualidades necessárias, então o rabino diria ao rapaz: “Venha. Siga-me”. Então, este garoto de 14 ou 15 anos deixaria sua família, amigos, a sinagoga, o vilarejo e dedicaria sua vida inteira a ser como aquele rabino, aprender a agir como o rabino. Isso é o que significa ser discípulo.[1]

Tiago e João é encontrado por Jesus enquanto estavam pescando com seu pai (Zebedeu), possivelmente estavam seguindo o ofício de suas famílias por não serem bons suficientes para se tornar um rabino. Mas então, Jesus (o melhor dos rabinos) chega a eles e diz: “Venha. Siga-me”. Jesus, com estas simples palavras, estava dizendo: “Vocês podem fazer o que eu faço. Vocês podem ser como eu”.

Trazendo agora para nossos dias podemos entender o chamado a fazer discípulo não apenas como uma ordem a trazer pessoas para nossa religião, mas como o dever de fazer com que outras pessoas venham a se tornarem como Cristo.

Se você é um discípulo de Jesus você deve imitá-lo e acreditar que isto é possível, pois um dia você foi escolhido por Ele para ser um discípulo[2]. E como discípulo de Jesus você deve fazer outros discípulos. Deve resgatar pessoas do fatalismo de sua vida mostrando que ele pode ser como a pessoa mais extraordinária que este mundo já conheceu – Jesus – pois Ele mesmo as escolheu, mesmo conhecendo nossa condição[3].



[1] Parágrafo baseado no vídeo de Rob Bell – Nooma 008 – Dust.

[2] Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda. João 15.16.

[3] Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, — pela graça sois salvos... Efésios 2.4-5.