OBS.4s: observações quadradas para um mundo redondo sobre um Deus triúno!

27/02/2010

O que você quer de mim?


Era ainda começo de noite quando o Seu Mirra foi deitar. Ele estava exausto e adormeceu profundamente assim que encostou a cabeça no travesseiro.

Durante a noite, sentiu um grande aperto no coração e despertou ofegante. Em seu quarto escuro, de frente pra sua cama, viu que havia um homem sentado na ponta de sua cama. O olhar do homem era de grande dor. Era um homem aparentemente forte, alto e vestia um terno completamente negro. Seu Mirra se estremeceu e ficou sem reação, parado, fitando aquele estranho, tentando enxergar o máximo que podia naquela escuridão. O homem, calmo e com uma voz de tonalidade infeliz, pediu que Seu Mirra ficasse tranquilo, pois ele queria apenas conversar. Seu Mirra não entendeu o por quê daquele homem querer conversar com ele, já que nunca o havia visto antes. Mas antes que Seu Mirra pudesse argumentar, o homem resolveu falar:
- Meu nome é Miguel.
- O que você quer aqui? Como entrou em minha casa? – perguntou Seu Mirra sem conseguir conter seu desespero.
- Quero conversar com você. Sobre você. – respondeu Miguel simplesmente.
- O que você sabe sobre mim? O que tem pra falar de mim?

O quarto estava realmente escuro. Seu Mirra mal podia ver o que estava ao seu redor. Mas, por incrível que pareça, conseguia ver o homem muito bem.
- Tenho lhe observado durante muito tempo. Sei quem você é. Sei por exemplo que nunca foi casado, que é filho único, que toca piano muito bem e que já leu quase 800 livros em toda a sua vida. Sei que é um homem que gosta de trabalhar, que tem grande iniciativa e tem poucos amigos.
- Quem é você de verdade? - Seu Mirra estava abismado com a veracidade daquelas palavras.
- Sabe o que mais me impressionou em você? Você frequenta a igreja todos os domingos, sem exceção, mesmo sendo um senhor de idade. Você foi criado dentro da igreja, não é? Desde jovem sempre se dedicou ao trabalho na sua igreja. Começou cantando no coral infantil, foi líder do grupo de adolescentes, liderou projetos que apoiavam os moradores de rua da sua cidade e mais do que tudo, se tornou o pianista oficial da igreja assim que aprendeu a tocar. Quando o reverendo precisava de algo, você estava lá; quando a igreja precisava de algo, você estava lá. Muito admirável a sua dedicação e disposição.
Lembro que do primeiro salário que recebeu na vida, a primeira coisa que fez foi separar 10% para dar o dízimo. E sei que nunca faltou com esta “obrigação”. Você foi um homem de comportamento admirável, Seu Mirra.
- Obrigado – agradeceu Seu Mirra com uma voz meio engasgada.
- Agora, preciso lhe contar um ocorrido, Seu Mirra. E certamente você ainda não sabe da notícia. Lembra-se de um homem conhecido como Oliveira?
- Oliveira...? – parou Seu Mirra para tentar colocar sua velha memória para funcionar. Sim, claro! Oliveira! Ele foi membro da minha igreja durante muitos anos. Mas faz tempo que não ouço falar nada dele, pois ele se mudou de cidade quando éramos ainda jovens. Por que a pergunta?
- Ele morreu esta noite. – Miguel nesta hora aparentou ficar feliz.
- Morreu? Como? De que?
- Ele estava de cama havia já algumas semanas. Seus rins já não funcionavam mais. Ele pedia tanto para morrer. A dor devia ser tremenda! – enfatizou Miguel.
- É uma pena! Oliveira era um homem como poucos que conheci na vida. Lembro da grande tragédia que acabou com a vida dele, quando ainda era bem jovem. Seu filho, de apenas quatro anos, caiu na piscina da casa. Oliveira se culpou por não ter salvado a vida do filho. Ele não podia. Ele estava de olhos fechados, fazendo uma oração antes de almoçar. Ele não ouviu um barulho sequer da queda do filho. Foi rápido, foi suave, e traiçoeiro.
Oliveira nunca mais teve outro filho. Sua esposa entrou em profunda depressão e não saía de casa. Ele faltava muitos domingos por estar com ela. Lembro perfeitamente de quando ele aparecia na igreja dizendo que sua esposa um dia o perdoaria e que ele tinha fé em Deus que ela ficaria melhor.
- A vida nem sempre é como nós queremos que ela seja ou como nós pensamos que ela vai ser. Esta tragédia na vida de Seu Oliveira e de sua esposa abalou sua casa, seus relacionamentos e até mesmo sua força, mas não abalou a sua fé. Todas as noites orava de joelhos pedindo força e sabedoria a Deus. De manhã, antes de sair pra trabalhar, lia a Bíblia e orava para Deus manter sua fé e cuidar de sua esposa, que ele tanto amava.
- Você também conhece a vida do Oliveira, é? – perguntou Seu Mirra.
- Estive com ele um pouco antes de vir aqui.
- Como assim esteve com ele? Ele não morreu hoje? Aliás, como você soube da morte dele?
- Porque assim que ele morreu, fui visitá-lo em sua casa, assim como estou aqui com você.
- O quê? Do que você está falando?
- Encontrei com Oliveira logo após ele morrer. Tivemos uma longa e agradável conversa.
- Quem é você?
- Fui encontrá-lo para lhe mostrar como tudo valeu à pena. E dizer que seu sofrimento foi uma prova de amor e devoção. Que o admirava muito e que eu tinha roupas novas, limpas para ele. Ele chorou em meus braços, quando eu disse que ele ia encontrar o seu filho e sua esposa e que eles estavam felizes pela chegada dele.
- Eu estou morto? Por isso você está aqui? Por acaso você é um anjo? Veio aqui para me levar também, no mesmo dia que o meu amigo?
- Não, Seu Mirra! – exclamou Miguel com uma expressão de desapontamento.
Você não vai comigo. Você não tem permissão para entrar na casa. O dono dela não te conhece. Ele não reconhece sua pessoa e nem lembra seu nome.
- O quê? Como assim? Mas você sabe o meu nome. – exclamou desesperado Seu Mirra.
- Eu só estou aqui para te avisar. Você nunca se apresentou a Ele, nunca o convidou para entrar na sua casa. Você visitou assiduamente a casa de pedras dele, desde pequeno. Mas isso não faz com que Ele te conheça.
- Mas eu sempre me dediquei a Ele, nunca faltei um culto, sempre fui fiel com o meu dízimo, ajudei quem estava ao meu redor. Oliveira faltava quase todos os domingos, raramente dava o dízimo e pouco trabalhou na igreja! – se defendeu Seu Mirra acusando seu amigo.
- Você acha mesmo que Ele considera tão importante o trabalho na casa Dele? E dinheiro, você acha que Ele precisa do seu dinheiro? Ele gosta de ver, sim, uma prova de fidelidade. Mas isso não é tudo. Ele quer mesmo é que você o procure sinceramente. Ele quer ver mudança interior, autonegação. As pessoas se preocupam em fazer, trabalhar, atuar! Ele quer que você se preocupe com o ser! É bonito se dedicar na igreja, assumir ministérios, participar de projetos tão sonhados pelos líderes. Mas isso não o impressiona, sabe! Muitos falam assim para Ele: “quero ser usado por Você, onde e como for”. A questão é: Ele não usa as pessoas! Usar significa fazer contra a vontade, e isso é o que Ele não faz! Quando que vocês vão entender que o que Ele tanto pede é um pouco de amor, relacionamento, conhecimento. Ele quer ver o amor das pessoas fluírem entre os outros, Ele quer ter um relacionamento verdadeiro com cada um, e não ouvir uma oração um dia e o silêncio nos outros. Ele aprecia ver que as pessoas querem conhecê-lo mais e mais, e não se contentar com conhecimento superficial. As igrejas hoje pregam o trabalho, o dinheiro, a prosperidade. É pura ilusão! Não sabem o que falam! E isso é consequência da falta de conhecimento Dele e da Palavra Dele! O cristianismo fácil e prático faz parte da rotina das igrejas. A verdade, o que é errado e o que é difícil, é escondido debaixo do púlpito. Pregar a benção, a riqueza e o sucesso fazem as pessoas saírem mais aliviadas da porta da igreja. E não adianta entrar e sair por esta porta todo domingo. Isso não salva! E não salvou você! Você foi enganado! E sinto dizer, mas vou ter que lhe levar para um lugar diferente que Oliveira foi.
- Não, por favor, me dê uma chance!
- Você teve toda uma vida de chances! – disse Miguel firme em sua posição.
- Eu tenho muito medo!
- Você não estará sozinho. Há muitos como você.
- Posso fazer um único pedido? – perguntou Seu Mirra.
- Sim.
- Peça perdão a Deus por mim. Sei que é tarde, mas queria ao menos que Ele soubesse.
- Tenha certeza que Ele já sabe. Agora, tenho que partir. Assim que eu sair você estará na presença de outro homem. Ele o levará com ele. Não resista, vai ser muito pior. Apenas faça o que ele mandar.
- Não me deixe, por favor! Miguel? Miguel, volte! Pai nosso, que estás no céu...

19/02/2010

O casamento é uma dança

ou Quando a Lua é de Mel
Algum dia, depois de havermos aprendido a controlar o ar, os ventos, as marés e a gravidade, direcionaremos para Deus as energias do amor. E então, pela segunda vez na história do mundo, o homem terá descoberto o fogo” – Teilhard de Chardin.

Em meu post anterior, falei sobre o propósito do casamento. Falei sobre a jornada do casal, uma jornada de serviço a Deus. Comentei sobre o movimento de olhos do casal, olhando-se a si mesmos e olhando para frente. Dois movimentos, e não um. O segundo deles representa o propósito do casamento, de que tratei naquele texto; o primeiro representa o romance de um casal.
Um casamento sem propósito é trágico, uma casamento sem romance é triste. O casamento bíblico é esta moeda de dois lados, um caminhar suado e árduo neste mundo abaixo do sol, mas iluminado por uma lua de mel. Se o propósito do casamento é uma longa estrada a percorrer, o romance faz o casal caminhar dançando.
Quero tratar, então, da lua de mel eterna do casal, o romance, esta graça de Deus que escorre do coração e mantém o casal unido, a vida tolerável, e torna a casa um lar. Mas é importante saber de onde tirar as lições do romance: a cartilha do romântico bíblico não é nem Goethe, nem Álvares de Azevedo, nem Vinícius de Moraes, nem Adam Sandler, nem Luan Santana. Busquei aqui tirar algumas lições para o casal romântico no mais belo dos cânticos, do mais sábio (e um dos mais devassos rsrs) dos homens, Cântico dos Cânticos de Salomão.


O lúdico:
“Acorde, vento norte! Venha, vento sul! Soprem em meu jardim, para que a sua fragrância se espalhe ao seu redor. Que o meu amado entre em seu jardim e saboreie os seus deliciosos frutos” 4.16
Além de homo sapiens, somos todos homo ludens, seres que brincam. Faz parte da essência humana, por todas as fases da vida, o brincar. Sendo o mundo tão cruel, o homem tão mal, a vida adulta perde a graça, e Deus inventou a amizade entre homens e mulheres adultos para exercitar as delícias da brincadeira, do riso, da fantasia e da imaginação. Já disse alguém que o amor é a amizade incandescente, digo então que o romance é uma brincadeira em chamas!
Veja com que graça, ironia e imaginação a brincadeira percorre todo o livro de Cantares: “Já tirei a minha túnica; terei de vestir-me de novo?” 5.3.

Admiração mútua e a sexualidade:
“Você é toda linda, minha querida; em você não há defeito algum” 4.7. “Sua boca é a própria doçura; ele é muito desejável. Esse é o meu amado, esse é o meu querido, ó mulheres de Jerusalém” 5.16.
Todo o texto de Cantares é um derramar de elogios mútuos entre o homem e a mulher. Este poema tem muito a dizer aos casais contemporâneos. Parece que na modernidade, com “a supremacia feminina”, os elogios e a admiração são tarefas do homem. À mulher cabe ser elogiada e desejada. Por um lado temos um homem cada vez mais nulo, menos másculo e neutro, e por outro temos uma mulher cada vez mais vaidosa e egoísta. O casal bíblico nos mostra a beleza de um casal que se ama e que se deseja um ao outro. Veja no texto citado acima o olhar quase embriagado do homem pela mulher, achando-a a mais bela de todas!
“Suas carícias são mais agradáveis que o vinho”4.10. “Oh, o amor e suas delícias! Seu porte é como o da palmeira, e os seus seios como cachos de frutos. Eu disse: subirei a palmeira e me apossarei dos seus frutos. Sejam os seus seios como os cachos da videira, o aroma da sua respiração como maçãs, e a sua boca como o melhor vinho” 7.6-9.
A ênfase na sexualidade é bem relevante neste livro. A sexualidade é a delicia do casamento, e o sexo, propriamente, o gol! Muito se fala sobre princípios para se escolher um cônjuge, mas se há um princípio importante, é que o parceiro deve transmitir desejo sexual. Não estamos falando que as pessoas só devem se casar com modelos ou atletas vistosos, mas deve haver admiração, atração física, a tal química!

Amizades: padrinhos e madrinhas
“Para onde foi o seu amado, ó mais linda das mulheres? Diga-nos para onde foi o seu amado e o procuraremos com você” 6.1. “Vejam, é a liteira de Salomão, escoltada por sessenta guerreiros, os mais nobres de Israel; todos eles trazem espada, todos são experientes na guerra, cada um com sua espada, preparado para enfrentar os pavores da noite”3.7-8.
Um homem com amigos fiéis é mais macho; uma mulher com boas amigas é mais feminina. Um homem sozinho é fraco, uma mulher sozinha é um fardo pesado. O romance de um casal se faz com boas amizades. A mulher confia mais no homem que sabe ser um bom amigo; a mulher é mais prazerosa ao homem quando esta tem boas amigas. Estamos falando de amigos fiéis, amigos que sustentam o relacionamento, amigas para quem ela irá elogiá-lo, amigos para quem ele irá elogiá-la, amigos que o elogiarão para ela, amigas que a elogiarão para ele; esta comunidade de seres amigos e fiéis torna o casamento mais saudável, mais forte, mais duradouro.


A lembrança:
“Lembro-me da minha aflição e do meu delírio, da minha amargura e do meu pesar. Lembro-me bem disso tudo, e a minha alma desfalece dentro de mim. Todavia, lembro-me também do que me pode dar esperança: graças ao grande amor do Senhor é que não somos consumidos” Lm. 3.19-22.
Deus faz do seu relacionamento com seu povo um grande romance. Com ele, Deus tem um relacionamento agradável, recheado de boas memórias. Realiza coisas grandiosas, deixa testemunhas e dirige escritores para que o povo se lembre, nos dias maus, dos dias bons, e que o Senhor os ama. Um romance é feito de gestos bondosos e lembranças agradáveis. A história da vida de um casal deve estar recheada de momentos só deles, de pura bondade e inocência, são estas memórias que manterão o casal fiel nos dias maus, nos dias de tentação etc. Porém fazer boas memórias custa tempo e dedicação de ambos. Poderia alguém dizer que criar estas boas memórias limita o casal no seu propósito, isto é, poderíamos acusar o casamento de ser um canal de desperdício da missão. Bom, biblicamente isto está correto. Veja o que Paulo fala a este respeito: “o homem que não é casado preocupa-se com as coisas do Senhor, em como agradar o Senhor. Mas o homem casado preocupa-se com as coisas deste mundo, em como agradar sua mulher, e está dividido. Tanto a mulher não casada quanto a virgem preocupam-se com as coisas do Senhor, para serem santas no corpo e no espírito. Mas a casada preocupa-se com as coisas deste mundo, em como agradar seu marido” 1Co. 7. 32-34. Podemos afirmar sem medo de errar que o casamento limita a força proclamadora do Evangelho, porém aumenta a imagem de Deus na humanidade, e conseqüentemente, o nome de Deus é glorificado. Um solteiro fará mais pela missão, mas um casal transbordará em Glória através da felicidade e dos filhos, e sua missão dará os frutos que a Deus convier. Sendo assim, não se larga o casamento pela missão, nem a missão pelo casamento. No casamento, “o homem está dividido”.

A dança:
“Ele me levou ao salão de banquetes, e o seu estandarte sobre mim é o amor. Por favor, sustentem-me com passas, revigorem-me com maças, pois estou doente de amor. O seu braço esquerdo esteja debaixo da minha cabeça, e o seu braço direito me abrace.” Ct. 2.4-6.
A vida de um casal vive ou morre pela sexualidade, pois há dois tipos de sexualidade na bíblia, a doentia e a saudável, a que traz morte e a que traz vida. A sexualidade doentia é a mais natural: afinal, o que é um casamento senão a soma de dois seres egoístas, pecadores, maliciosos e que buscam o próprio interesse convivendo em um espaço entre quatro paredes? (o horror desta imagem é elevado à décima potência quando se pensa em uma família com filhos adolescentes) O símbolo desta sexualidade é a briga, é o casamento em que ambos brigam pelo seu espaço. Pensando bem, o casamento é impossível! Como já disse Guimarães Rosa, o relacionamento entre as pessoas é um milagre. O casamento seria impossível não fosse o milagre da graça de Deus escorrendo nos corações, gerando o casamento saudável, que traz vida, e o símbolo deste casamento é a dança.
A sexualidade saudável na Bíblia é quando o homem morre para si mesmo para servir à mulher, e quando a mulher morre para si mesma para ser submissa ao homem; quando os corpos são trocados, o homem tem como propriedade o corpo da mulher e a mulher tem como propriedade o corpo do homem. Em casa, eles não são dois leões disputando espaço, é um casal em baile, trocando de lugar ao sabor da música, obedecendo ao ritmo e à harmonia.
Duas características podem ser tiradas da Palavra a respeito de ambos, para que a dança seja levada: a força do homem, não para domínio, mas para proteger; a docilidade da mulher, não para manipular, mas para ser confiante.

Que Deus nos cerque de casais românticos!

01/02/2010

O meu sustento vem do Senhor

Já tem um bom tempo que Deus está tentando me ensinar uma lição – que o meu sustento vem do Senhor – mas tenho sido duro na queda.

Durante o tempo que trabalhei como engenheiro eu não acreditava muito que o meu sustento vinha do Senhor, afinal de contas quem pagava meu salário no final do mês era a empresa. Sabia que meu emprego era provisão de Deus, mas não conseguia dizer de todo o meu coração que o meu sustento vinha do Senhor.

E é exatamente esta questão do sustento que fez com que eu adiasse por tanto tempo a minha decisão de deixar o emprego e me preparar para o campo missionário. Não se tratava apenas de acreditar que Deus poderia me sustentar, mas existia ainda um orgulho que precisava ser quebrado – voltar a ser dependente não era algo que aceitava facilmente.

Confesso que quando, finalmente, tomei a decisão de sair do emprego ainda não acreditava inteiramente que o meu sustento viria do Senhor, porque sabia que minhas economias dariam para me sustentar por uns meses pelo menos até conseguir uma bolsa no mestrado.

Agora, no final de janeiro fez um ano que saí do trabalho e a bolsa do mestrado ainda não chegou (e parece que nem vai chegar) e, graças à paciência de Deus em ensinar esta lição, tenho aprendido que o meu sustento vem do Senhor. Pra deixar claro isto Deus permitiu que a bolsa do mestrado nunca saísse, levantou amigos que não imaginava para me sustentar e pessoas que nem sequer me conheciam direito para me apoiar.

A lição ainda não está toda aprendida. Aprendi que o meu sustento sempre veio do Senhor e que o meu sustento vem do Senhor, mas triste confesso que ainda é difícil acreditar que o meu sustento virá do Senhor.

Que o Senhor nos ajude a acreditar cada dia mais que o nosso sustendo veio, vem e virá do Senhor!