OBS.4s: observações quadradas para um mundo redondo sobre um Deus triúno!

23/05/2010

Esperança no sofrimento

E também nos alegramos nos sofrimentos, pois sabemos que os sofrimentos produzem a paciência, a paciência traz a aprovação de Deus, e essa aprovação cria a esperança. Romanos 5.3-4

Em última análise devemos entender que o sofrimento produzirá esperança. Vale lembrar que o sofrimento aqui apresentado pelo apóstolo Paulo não é decorrente de uma vida que desagrada a Deus ou do pecado, mas é o sofrimento por se identificar como um seguidor de Jesus. E sofrer por amor ao Senhor nos trará esperança.

Creio que esta esperança é criada no nosso coração quando passamos por estes processos apresentados nos versículos três e quatro de Romanos cinco. Primeiro devemos nos alegrar no sofrimento, acreditando identificarmos com os sofrimentos de Cristo é algo honroso e digno. E com esta alegria aguardar com paciência o resgate do Senhor que poderá vir, ou não.

Passar por estas etapas produzirá uma esperança em nós que não irá nos confundir. Enfrentar com alegria o sofrimento só é possível quando cremos que existe algo além desta vida e é lá onde está nossa esperança. Desenvolver a paciência durante o sofrimento só tem sentido quando cremos que a vida pela qual ansiamos não está neste mundo, mas na esperança de uma vida ao lado do nosso Senhor na eternidade.

Paulo nos lembra que “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens” (1 Co 15.19). Precisamos, portanto, sempre trazer à memória que fomos criados para a eternidade e olhar firme para o autor e consumador da nossa fé e que assim o Senhor, nosso Deus, nos ajude a enfrentar o sofrimento com alegria, paciência e esperança.

19/05/2010

Massa de manobra


Eu tenho me deparado com uma situação muito complicada que a nossa sociedade vive.
É a questão da relativização.
Sinceramente eu não faço muita idéia de como lidar com isso, pois quando as pessoas vivem relativizando tudo eles dão crédito para todas as coisas acontecerem.
Por exemplo: uma pessoa se diz muçulmana mas eu ser cristão para ela é bom também porque esse foi o caminho que eu escolhi.
Uma pessoa se diz homosexual mas eu ser heterosexual significa que de acordo com minhas experiências eu escolhi ser assim.
Quando o relativismo impera, ele valida todas as práticas. Até um crime pode ser validado olhando de acordo com a experiência do criminoso.
Sendo assim, tudo que vem de novo para nós, nós experimentamos sem provar sobre alguma base de vida.
Tenho visto isso muito no mundo evangélico. Toda nova onda que surge não é contestada a luz da bíblia, da nossa base de fé e daí vira essa bagunça.
Não podemos ficar caminhando de um lado para o outro sem nos firmarmos em alguma coisa.

A expressão massa de manobra nunca me foi tão clara quanto nesse momento. Todas as coisas que surgem está bom então vemos uma multidão caminhando de um lado para o outro de uma experiência para outra sem saber o real sentido daquilo.

Vamos tomar cuidado com o que chega para nós. Vamos estudar o que cremos, vamos ser firmes nisso e vamos nos vigiar.

09/05/2010

Quando Deus muda um nome


Nestes dias veio um pensamento engraçado na minha cabeça. E se Deus mudasse o meu nome? Todas as vezes que ele mudava o nome de alguém na Bíblia, era para transformar profundamente a vida da pessoa. Meu nome já seria um nome mudado, pois foi o que Deus fez com Jacó, por exemplo.
Israel, do hebraico, significa “príncipe de Deus”, ou “campeão com Deus”, ou ainda “lutou com Deus”. Jacó queria porque queria ser abençoado, e lutou insistentemente por isso, até que o Senhor teve que acabar com a “brincadeira” logo de uma vez, deslocando a coxa de dele.
Certamente, Jacó permaneceu mancando a vida inteira, como prova do grande desejo dele de ser abençoado por Deus.

Pelo que me lembro, tudo começou com o primeiro patriarca, Abraão, que no hebraico quer dizer “pai de muitos”. Devido à extrema obediência e fidelidade de Abrão a Deus, Deus firmou uma aliança com o Seu servo e mudou o nome dele, de forma tão grande que ele é conhecido como o pai das nações, o pai do povo de Israel.

No Novo Testamento temos também mais dois grandes homens que tiveram seus nomes mudados e consequentemente suas vidas transformadas. Simão era um simples pescador. Quando Jesus o chamou para segui-lo, chamou-o pelo nome de Pedro, que quer dizer “pedra”. Imagino que Jesus deve ter associado a personalidade firme, forte, rude de Pedro ao significado de seu nome. Pedro deixou de ser um mero pescador para passar a ser um pescador de homens. Um homem que estava sempre ao lado de Jesus, pronto para morrer por Ele, para defendê-lO de qualquer ameaça humana. Pedro é um dos nomes mais conhecidos da Bíblia e, mesmo ele sendo um homem “ignorante”, tinha a característica nítida de liderança frente aos outros apóstolos. Pedro foi o carro chefe da obra missionária, após a ascensão de Jesus. Jesus mudou não só o nome de Pedro, mas todo o significado, sentido e percurso da vida dele.

Por fim, quero exemplificar um dos nomes que considero uma das mais importantes mudanças de vida. Saulo, um homem culto, inteligente e teologicamente correto, perseguia a igreja enquanto os discípulos lutavam para fazê-la crescer. E Deus, na hora Dele, chamou Saulo para deixar de persegui-lo e passar a servi-lo. E Saulo passou a ser chamado de Paulo. E Paulo largou todo o contexto em que vivia e servia, para cumprir o chamado de Deus.

Seria engraçado se Deus mudasse cada um dos nossos nomes, no momento em que Ele mudasse as nossas vidas.

06/05/2010

A parábola do bom corintiano

André Filipe, Aefe!

E eis que certo homem, doutor em teologia pela Theological University, se levantou com o intuito de pôr Jesus à prova, e disse-lhe:
- Mestre, sinto-me sem identidade nestes tempos modernos. Olhe bem: Sigmund Freud, pai da psicanálise, afirma que não somos responsáveis pelo que pensamos, pois não podemos controlar nosso inconsciente. Charles Darwin, o pai da teoria da evolução, nos diz que somos obra de um processo evolutivo gerado pelo acaso, e com Ferdinand Saussure, pai da lingüística, descobrimos que não produzimos nossas frases, mas são fruto do meio em que vivemos! Aí vem, finalmente, Karl Marx dizendo que nossas ações não passam de uma resposta ao sistema ideológico do qual fazemos parte. Diante de tudo isso, eu não sei mais quem somos... Quem somos nós, mestre?
Então, Jesus lhe perguntou:
- Que diz a ciência?
A isto, ele respondeu:
- Que somos seres humanos.
Então, Jesus lhe disse:
- Respondeste corretamente; seja, portanto, humano.
Ele, porém, querendo justificar-se, perguntou a Jesus:
- Como, então, sendo humano, posso agradar a Deus?
E Jesus propôs uma parábola, dizendo:
- Certo pai de família vivia numa cidade muito pobre. Buscando uma vida melhor, foi tentar a vida na cidade grande, mesmo tendo toda a sua família contra esta decisão.
Chegou na cidade sem casa, sem esposa, sem dinheiro e sem trabalho. Viveu de bicos, morando em pensões sujas, comendo pouco e perdendo sua identidade e os demais documentos. Passaram-se meses, anos, e nem trabalho vinha, nem dignidade ficava. Foi morar na rua e, de vergonha, não falava mais com sua esposa e filhos.
Casualmente, um grupo de pessoas que entregava lanche à noite para os moradores de rua, aconselharam- no a buscar ajuda em uma igreja evangélica.
A primeira que freqüentou foi uma igreja evangélica tradicional. Sentiu-se mal por que todas as pessoas vestiam-se muito bem, pareciam muito felizes e muito ricas, enquanto ele estava sujo, com roupas rasgadas e barba por fazer. Após ser cumprimentando com a alegria exigida aos diáconos, foi aconselhado a sentar mais no fundo, para que seu cheiro não incomodasse os demais. Ao sair, ofereceram uma cesta básica...
Numa igreja evangélica pentecostal sentiu-se mais à vontade. Havia muitas pessoas e ninguém reparava em sua presença. Também, pôde cantar alto, gritar, explodir em emoções. Mas, ao final, deixou na igreja todo o pouco que recebera de esmolas, induzido pelo pregador, com a promessa de que receberia o dobro, que nunca veio.
Cansado e desiludido, voltava às ruas não querendo mais saber de igrejas.
Certo ateu, marxista, darwinista, corintiano e com tendências espíritas, que seguia o seu caminho, passou-lhe perto e, vendo-o, compadeceu-se dele. E, chegando-se, conversou com ele: pagou-lhe um almoço; uma pensão; mandou fazer toda a sua documentação e, finalmente, arrumou um emprego para o mendigo, que agora podia voltar para sua família com maior dignidade.
Qual destes três, os humanos tradicionais, os humanos pentecostais ou o ateu, agradou mais a Deus pai?
Respondeu-lhe o doutor em teologia:
- O que usou de misericórdia para com o outro.
Então, Jesus lhe disse:
- Vai, e procede tu de igual modo.
Despedindo as multidões, Jesus chegou-se aos seus discípulos e disse:
- A vós outros é dado conhecer os mistérios do reino de Deus; aos demais, fala-se por parábolas, para que, vendo, não vejam; e ouvindo, não entendam. Vão, e anunciem a Palavra de Deus por todo o mundo, com o que vos darei.
Nisto, distribuiu-lhes instrumentos musicais. Ao que seus discípulos interrogaram:
- Mestre, como anunciar a Palavra de Deus com instrumentos musicais, sem palavra humana?
Ao que Jesus respondeu:
- A palavra do homem não têm em si mesma nenhuma consistência. A Palavra de Deus não é ciência é consciência. Vão e falem aos corações humanos.