30/08/2010
O crente e o dinheiro
Eu digo isso me incluindo pois existe uma maneira de encarar o serviço/produto que o nosso irmão cristão presta ou vende como sendo um favor.
Muitas vezes eu vejo, trabalhando em organizações evangélicas, que o dinheiro ou a compra de certa coisa é vista como um favor. Só pelo fato do vendedor/prestador de serviço ser da mesma família de fé nossa, pensamos que ele tem que nos dar de graça o serviço/produto, ou pelo menos com um desconto digno de nossa fé em Cristo.
Não foram poucas as vezes que eu vi pessoas acharem um absurdo não ganharem um desconto por serem crentes e estarem comprando de uma instituição crente. Gostaria de perguntar se nós não estamos esquecendo que o amar ao próximo como a nós mesmos. E se nós tivessemos vendendo e dependendo daquele dinheiro para nos sustentar. Assim como precisa haver um equilíbrio na lucratividade de um negócio é preciso haver um equilíbrio no ganho de descontos.
Gostaria de estender esse assunto para outras vertentes que não deixam de ser pertinentes. Ao se pedir um favor a um irmão na fé vejo pessoas se destituindo de sua responsabilidade bem como o contrátio, pegando responsabilidade demais. Isso não está errado? Chamamos ao outro de irmão e pedimos algum favor que é de nossa responsabilidade, assumimos um compromisso e deixamos para o outro fazer, afinal de contas ele é crente. E o que a bíblia diz sobre isso?
No livro de primeira Crônicas 21:22-24 vemos uma situação em que podemos ponderar sobre o que seria ideal.
22: E disse Davi a Ornã: Dá-me este lugar da eira, para edificar nele um altar ao SENHOR; dá-mo pelo seu valor, para que cesse este castigo sobre o povo.
23: Então disse Ornã a Davi: Toma-o para ti, e faça o rei meu senhor dele o que parecer bem aos seus olhos; eis que dou os bois para holocaustos, e os trilhos para lenha, e o trigo para oferta de alimentos; tudo dou.
24:E disse o rei Davi a Ornã: Não, antes, pelo seu valor, a quero comprar; porque não tomarei o que é teu, para o SENHOR, para que não ofereça holocausto sem custo.
Podemos ver que Davi reconhece a sua responsabilidade e paga por ela mesmo com a oferta de Ornã de dar tudo o que ele precisava.
Irmãos, vamos pensar melhor sobre essa questão, vamos assumir nossos compromissos e honrar nossos gastos.
Que Deus nos abençoe.
20/08/2010
Seja feita a minha vontade... Amém!
Você faz planos para a sua vida. Você quer porque quer que as coisas sejam do seu jeito, pois só desta forma você acha que será feliz, que terá uma vida confortavelmente maravilhosa. Você sonha, idealiza, coloca no papel e ora para que Deus faça do jeito que você está pedindo. Ou seja, você faz toda uma programação de vida e pede para Deus abençoar, em nome de Jesus. Que bonito! Seria muito bom se funcionasse dessa forma. Acontece que não é assim! Pelo menos não é assim comigo. Até um dia desses eu pensava e desejava que fosse deste jeito, mas vi o quanto errado eu estava. O plano não pode ser: EU – DEUS – EU. Traduzindo, eu quero (peço a Deus), Deus faz, eu recebo. Não!
Será que só conseguimos nos preocupar com a vida nesta terra? Será que tudo se baseia em aproveitar cada momento, cada pilar da vida: profissão, dinheiro, família, casa, carro. Vivemos simplesmente para receber, desfrutar e vencer?
Pensando nisto tudo (a pregação do pastor da I P Saúde ajudou muito), percebi que minha linha de pensamento estava errada. Aprendi (reconheci) que o correto é DEUS – EU – DEUS. Traduzindo, Deus mostra (fala), eu faço (obedeço), e Ele é glorificado. Desta forma, eu também sou abençoado, pois estando no caminho que Ele estabeleceu para mim, não há vida melhor!
Ficar preocupado com o quanto ganha, se escolheu a profissão certa, em como mudar de cidade (é o meu caso), entre outras coisas mais, tudo isto no fundo não vai ser respondido ao mesmo tempo, no seu tempo, da forma que você quer ouvir. Primeiro porque não é assim que Deus age, como um gênio mágico. Segundo porque a vida seria fácil demais, com tudo pronto. Terceiro porque Deus quer que você esteja sempre O buscando, e infelizmente, na maioria das vezes, O buscamos para pedir. Sem contar que sempre aprendemos, de alguma forma crescemos, quando quebramos a cara com os nossos planos frustrados, sonhos não-realizados. Reconhecemos então que não adianta querer que Deus faça a nossa vontade. Nós é que devemos querer fazer a vontade Dele.
Você quer continuar sonhando e fazendo planos atrás de planos? Tudo bem. Mas se você não estiver preparado e, se Deus não tiver de acordo, você vai morrer na praia. Vai ficar velho e vai perceber que podia ter sido tudo diferente, se tivesse quebrado o coração e escolhido a trilha de Deus.
Não se engane querendo que Deus aprove seus pedidos. Peça a Deus para lhe ensinar aonde ir, o que fazer e como, de acordo com a vontade Dele.
Aí está a realização profissional, amorosa, financeira, o que quer que seja que você tanto busca nesta vida!
16/08/2010
A mente do estudante com o coração em Deus
"Oh! não permitas Pai de amor,/ que aquilo que me dás/ eu ouse, incauto, desviar/ em causas vãs ou más!/ Não deixes que meu coração/ se engolfe no prazer/ e no fruir de muitos dons/ eu venha te esquecer ." Hino 58. J. Queiróz.
09/08/2010
Dois mandamentos em doze passos
Em Mateus 22.35-37, Jesus nos ensina que existem dois principais mandamentos que se resumem neste: amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a si mesmo. Para cumpri-lo, são necessários três tipos de relacionamento: do homem com Deus, do homem consigo mesmo e do homem com o seu próximo. Repare que Deus coloca as coisas no lugar em que elas devem estar -- ele acima e os homens iguais, sem diferenças. Além disso, ele vincula o mandamento a uma ação: amar o próximo como a si mesmo.
Desde a entrada do pecado, essas três relações estão sempre precisando de uma restauração. E para obedecermos aos mandamentos, precisamos que elas estejam em perfeito estado. Não é fácil -- e quando as relações não vão bem, os principais indicativos são os comportamentos viciados.
Então, como obedecer aos mandamentos, se os relacionamentos estão quebrados ou em vias de falir? Os doze passos dos alcoólicos anônimos foram criados por dois alcoolistas. Ao contrário do que muitos pensam, os passos não tratam do alcoolismo em si, mas de restaurar os relacionamentos descritos anteriormente.
Para restaurar o relacionamento “com Deus”, preciso: 1) Admitir que sou impotente perante os efeitos da minha separação de Deus (a saber: pornografia, álcool etc.), que perdi o domínio sobre minha vida. 2) Vir a acreditar que um poder superior a mim mesmo pode devolver-me a sanidade. 3) Decidir entregar minha vontade e minha vida aos cuidados de Deus.
Para restaurar o relacionamento “comigo mesmo”, preciso: 4) Fazer um minucioso inventário moral de mim mesmo. 5) Admitir perante Deus, eu mesmo e outro ser humano a natureza exata de minhas falhas. 6) Prontificar-me inteiramente a deixar que Deus remova todos esses defeitos de caráter. 7) Humildemente rogar a ele que me livre de minhas imperfeições.
Para restaurar o relacionamento “com o próximo”, preciso: 8) Fazer uma relação de todas as pessoas a quem prejudiquei e me dispor a reparar os danos a elas causados. 9) Fazer a reparação direta dos danos causados a tais pessoas, sempre que possível, salvo quando isso signifique prejudicá-las ou a outrem. 10) Continuar a fazer o inventário pessoal e, quando estiver errado, admiti-lo prontamente.
Os dois últimos passos existem para manter os relacionamentos saudáveis: 11) Procurar, por meio da oração e meditação, melhorar meu contato consciente com Deus. Pedir apenas o conhecimento de sua vontade e forças para realizá-la. 12) Procurar transmitir essa mensagem e praticar estes princípios.
Os doze passos fazem parte da minha caminhada diária com Deus, comigo mesmo e com o próximo. Possibilita-me abandonar comportamentos destrutivos e viver uma vida de maturidade espiritual e emocional.
Texto retirado da Revista Ultimato Edição 325, para acessar clique aqui.
02/08/2010
Jesus, missionário exemplar
Quando pensamos em missão no novo testamento logo vem a nossa mente a “grande comissão” registrada em Mateus 28. Temos que ter em mente que esta passagem, tão explorada em congressos e conferências missionárias, tem sua importância, mas não é suficiente para desenvolver uma teologia bíblica da missão.
Pensando em missão no novo testamento, pode vir também a nossa mente as inúmeras histórias sobre como o evangelho foi espalhado no primeiro século. Sem dúvida os apóstolos têm grande importância nesta história e deixam-nos muitos exemplos e lições que devemos seguir para cumprir a tarefa que, graciosamente, o Senhor nos deixou, mas ainda não expressa o caráter da missão.
Para entender um pouco mais da missão de Deus no novo testamento, este texto propõe uma abordagem da missão através do exemplo de Jesus.
No capítulo 20 do Evangelho de João encontramos outra comissão. Jesus, ressurreto, encontra seus discípulos e os envia como Deus o enviara (João 20.21). Observamos, então, que o modelo da missão deve ser Jesus. Mais que um modelo é um padrão que deve ser seguido. Somos enviados para a missão assim como Jesus foi enviado por Deus.
Agora é preciso refletir sobre como é o padrão de Jesus para a missão.
A vida de Jesus, registrada nos evangelhos, reflete seu caráter e comprometimento com a missão. Através de seus ensinos, milagres, sofrimento, vemos o filho de Deus cumprindo a missão que lhe fora ordenada.
Na carta de Paulo aos filipenses encontramos um relato muito interessante de como Cristo realizou sua missão e iremos nos ater mais nesta passagem.
5Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, 6pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; 7antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, 8a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.
Filipenses 2.5-8
Em amor, Jesus nasce no mundo. Apesar de ser Deus, ele não se prende a estes privilégios e escolhe vir ao mundo para cumprir a missão que lhe cabia. Neste exemplo de ação começa nossa observação da atitude de Jesus quanto à missão. Cristo dá o passo inicial da sua missão deixando uma posição de privilégios infinitos para nascer no tempo e no espaço, e se sujeitar a tudo aquilo que viria lhe acontecer. Somente dando este primeiro passo Cristo conseguiria cumprir sua missão.
Outra atitude de Cristo é esvaziar-se. Ele abre mão de tudo o que era seu por direito ao assumir a figura humana (vale lembrar que Cristo não deixou de ser Deus ao tomar esta atitude).
E Cristo não apenas deixa de lado seus privilégios e esvazia-se tornando a semelhança de homens, mas toma a forma de servo, isto é, escravo. Esta linguagem expressa intensamente a prontidão de Cristo para despojar-se de seu status tão elevado.
Para Cristo morrer, era necessário que ele fosse completamente homem, ou seja, ele se tornou verdadeiramente humano identificando-se com as pessoas que, com ele, se relacionava (“semelhança” significa mais que similaridade).
Ainda em nesta passagem lemos que Jesus se humilhou. Mais uma vez vemos um ato de sua livre atitude pessoal de se submeter totalmente à vontade de Deus. Cristo leva esta submissão às últimas conseqüências, pagando o preço por nossos pecados morrendo na cruz em nosso lugar.
Nós também, como cristãos, devemos deixar nossas posições de privilégios, seja ela qual for, para que consigamos realizar a missão que nos foi confiada. Esvaziando-nos de nós mesmos e deixando de lado nosso ego e desejos egoístas. Abrindo mão de bens, tempo, prazeres, demonstrando uma atitude altruísta. Tomando uma atitude de servo – escravo – submetendo-nos inteiramente ao nosso Senhor e estando pronto a servir o nosso próximo. Identificando com o povo que iremos servir (seja ele nosso vizinho ou um povo do outro lado do mundo). Humilhando-nos na presença de Deus e nos submetendo inteiramente a Sua vontade.
E que assim, ao cumprir a ordem de Jesus de “ir”, estejamos certos que Ele é nosso exemplo maior de missionário e lutar diariamente, pela graça de Deus, para que nossas atitudes cada vez mais sejam parecidas com a dEle.