07/10/2011
Envie o seu Currículo
Você já deve ter lido esta frase zilhões de vezes na internet. Você clica nela e é direcionado a uma página que apresenta um formulário imenso pedindo todas as informações da sua vida.
E este é só o primeiro passo para você conseguir um emprego.
Eu fico pensando como as pessoas faziam na época que não tinha computador, internet ou até mesmo papel. Como elas se inscreviam pra um emprego? Será que elas tinham que contar todas as experiências anteriores, como elas se viam dali a 5 anos, quais seus pontos fracos e fortes?
Já pensou se tivéssemos que enviar o nosso CV a Deus? E se ele tivesse um departamento de RH composto por reis e profetas bíblicos? E se Paulo fosse o gerente do RH? Você seria aprovado? Mesmo tendo 1 trilhão de vagas no céu, você seria chamado?
Não vamos ter que saber vários idiomas, nem ter feito vários cursos ou ter cursado na universidade tal para sermos admitidos no céu. Nem mesmo existe um processo seletivo, graças a Deus!
Imagina eu e você fazendo testes do nosso histórico de vida, depois uma dinâmica para avaliar como lidamos um com o outro, depois uma entrevista com o Abraão para ele pôr nossa fé à prova, depois uma avaliação física com o Sansão e por fim a entrevista final com Jesus.
E aí, você se candidataria?
Por causa do amor de Deus, e do sacrifício de Seu Filho, não temos que preencher nenhum requisito específico para nenhuma vaga. Ele ama todos nós, Ele espera por cada um de braços abertos, você só precisa querer fazer parte!
Deixa Ele te oferecer a experiência que realmente importa!
Larga esta vida que você tem levado. Ela tem um salário, sim: a morte. Eu e você somos tão incapazes, tão medíocres, que não conseguimos enxergar o que Ele tem para nós.
Você não precisa se candidatar a vagas pra fazer parte Dele, apenas peça-O!
O Senhor, contudo, disse a Samuel: "Não considere a sua aparência nem sua altura, pois eu o rejeitei. O Senhor não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração". I Samuel 16:7
Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Romanos 12:2
04/08/2011
O mundo precisa de Coca-cola
30/05/2011
O tabernáculo e o celular
Uma das grandes dádivas do Novo Testamento, por causa do sacrifício de Jesus, é a portabilidade do Tabernáculo. Como a presença de Deus, Santíssima, possui um poder de desintegrar da vida um coração pecaminoso, a morada de Deus em um templo na terra já era um ato extremo de bondade. Mas era neessário preceitos para a aproximação deste Deus, através de intermediários e ritos, ou então, um único passeio de Deus na terra seria um genocídio.
Deste modo, nossa comunicação com Deus nos tempos do Antigo Testamento não era nem equivalente ao código morse. Mas com Jesus mudou tudo. O Cordeiro de Deus, com seu sacrifício santo e infinito, acabou com os intermediários e ritos, ea presença santíssima de Deus espalhou-se para o interior dos corações humanos, que antes eram covas fúnebres, hoje tabernáculo do Espírito Santo.
Hoje há portabilidade. Minha comunicação com Deus não depende de um lugar, de uma pessoa, de um sacrifício, basta aderir ao combo fé+arrependimento dos pecados, e eu possuo acesso a Deus cada dia mais ilimitado.
Além do mais, a presença do Santo Espírito em nosso coração nos enche de vida, tal qual quando um aparelho de um celular é colocado para recarregar. Todos os seres humanos possuem, por graça divina, uma bateria que os permite respirar e viver. Por outro lado, todos sabem que essa bateria, dia-a-dia, vai diminuindo. Com a Palavra de Deus, e o testemunhodo Espírito Santo, crescemos no conhecimento de Deus, e isso é vida abundante, e enche dia-a-dia nossa bateria, até o dia em que nos encontrarmos com o Pai, na realidade restaurada, em que essa energia de vida será sem cabeamento, uma espécie de wi-fi com sinal ilimitado.
Porque então, alcançada a liberdade na comunicação com Deus, e no acesso a sua Palavra, só isso capaz de nos alimentar com toda energia de vida; muitos de nós temos buscado “um sinal melhor”, como que dizendo, “naquela igreja tem sinal, vamos para lá!”, “aquele pastor não tem sinal, não vamos pra lá”?
01/05/2011
4 motivações missionárias
A partir de uma sondagem interna, algumas leituras e, claro, pelas próprias Escrituras, separei 4 motivações necessárias e recorrentes no missionário. Em ordem crescente de importância, ficou assim:
1) Espírito de aventura
Tinha certo receio em falar que fui levado às missões devido a leituras da National Geographic. Criei coragem com William Carey: paradigma das missões modernas, seu interesse pelos povos começou pelo acesso aos relatos das viagens do grande explorador inglês James Cook. Mas não só ele: grandes empreendimentos missionários surgiram na Europa do século XVI justamente influenciados pelos relatos das culturas do Novo Mundo descoberto por portugueses e espanhóis.
E é verdade. Se o missionário não tiver certo gosto pela aventura: o desprendimento, a curiosidade e o fascínio por culturas e línguas diferentes, o gosto pela mobilidade; terá sérias dificuldades de adaptação. Concomitante ao Espírito Santo, não foi o espírito de aventura que levou Paulo a empreender viagens por diferentes regiões do mundo?
Tá certo que o missionário não é um herói, figura romanticamente marcada neste ministério. Do tipo que, apesar das lutas, logo virá a vitória e o reconhecimento do mundo. Mas é um aventureiro do mundo real, cuja picada de cobra machuca, em quem a malária traz sofrimento, aprender outra língua é difícil, acompanhado de muita monotonia e solidão. Mas foi por desbravadores que descobrimos o mundo e é com eles que Deus espalha sua igreja.
2) Paixão pelos perdidos
A realidade do inferno é um fator propulsor da missão. Entender que as pessoas só serão livres do inferno se ouvirem a Palavra de Deus e entregarem suas vidas a Jesus Cristo, e amá-las profundamente, este entendimento têm movimentado milhares de famílias ao redor do mundo, que enfrentam doenças, mares, florestas e perigos diversos. O mais famoso é o movimento conhecido como os Irmãos Morávios, na Saxônia, cujo principal líder, conde Zinzendorf, foi muito influenciado pelo pietismo da Universidade de Halle, Alemanha.
A paixão pelos perdidos não significa que a salvação deles depende de nosso esforço pessoal, e até o conceito de “perdidos”, consagrado no imaginário missionário, pode não ser entendido corretamente. Mas a “paixão pelos perdidos”, ou melhor, este sentimento de misericórdia por aqueles que ainda não entregaram suas vidas ou ainda não ouviram o evangelho de Jesus Cristo, considero um amor descomunal, extraordinário, mas que tem como modelo o próprio Jesus Cristo, e capacitador, seu Espírito Santo. É um sentimento que excede ao do cuidado pastoral pelas ovelhas, de pregação para fortalecimento e edificação. É uma vocação para ir às ruas buscar os escolhidos de Cristo, e sofrer e chorar por aqueles que não ouvem a pregação. O profeta Jonas, finalmente ao obedecer a Deus, erra por obedecer sem misericórdia e compaixão.
3) Obediência à Palavra e ao Espírito.
O sentimento de dever ao mandato de Deus para levar o evangelho a todos os povos foi o fundamento da Reforma missionária protagonizada pelo já citado William Carey, que sozinho traduziu a Bíblia para diversas línguas, foi perseguido pelo governo da Índia, pôde influenciar a cultura retirando práticas de assassinato, plantou igrejas, Universidade e Hospitais.
A Palavra é clara quanto a nossa responsabilidade de resplandecer a Luz de Cristo e sermos testemunhas do seu evangelho. Mas quando falo de obediência à Palavra E ao Espírito, refiro-me a uma vocação especial, individual.
Nem todos são dirigidos por Deus para saírem de seu país, de sua cultura. Mas aqueles são vocacionados pelo Espírito, desobedecem mesmo não atendendo a algo claro nas Escrituras. Jonas obedecia a Deus em Israel; desempenhava seu ofício profético, e poderia desempenhá-lo também em Társis. Mas Deus o dirigiu para outro lugar, e ele não foi.
O livro de Atos mostra que quem dá as coordenadas geográficas para o desenvolvimento da Igreja é o Espírito. Assim, posso até estar obedecendo ao Mandamento geral das Escrituras, de ser testemunha em minha cidade. Mas se o Espírito me chama para sair, ir para outro lugar, estarei sendo igualmente desobediente se não seguir adiante.
4) Ardente desejo de contemplar a Glória de Deus por toda parte.
Tenho um apreço enorme pelo ministério de tradução da Bíblia. Traduzir um livro da Bíblia para uma língua e uma cultura que não a possui deve ser uma experiência sobrenatural. No entanto, penso que não deve haver alegria e satisfação maior para um missionário do que traduzir cânticos. Quando um missionário traduz o livro da Bíblia, traduz na expectativa da conversão. Quando traduz um cântico, traduz na certeza de que crentes se converteram ao Evangelho e por isso estão aptos para adorar o Cordeiro Jesus.
Ouvir cânticos de adoração numa comunidade em que não havia cânticos de adoração deve ser uma experiência fora de série para um missionário. Ouvir testemunhos de atos soberanos de Deus, ouvir orações de gratidão numa igreja recém-nascida, não deve haver alegria maior para um missionário.
Você pode não ter um espírito de aventura, você pode não ser um cara super obediente ao Senhor Jesus, ou mesmo não ter aquele amor extraordinário, mas se o seu coração pulsa forte e seu olhos almejam ver a glória do Nome de Jesus Cristo por toda parte, então você é um missionário.
18/04/2011
Aquiles, Dr.House e a Glória de Deus
André Filipe, Aefe!
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Aquiles é um herói da mitologia grega. Quando Aquiles nasceu, é profetizado à sua mãe que seu filho iria morrer na guerra de Tróia, mas que seu nome seria glorioso. Sua mãe, porém, para não perdê-lo precocemente, esconde-o entre as mulheres.
Quis o destino que ele fosse encontrado, e escalado para a guerra. Sua mãe, pedindo para que não fosse, revela a profecia, deixando Aquiles num difícil dilema que até hoje os seres humanos se deparam: ter uma vida monótona e sem glória, mas duradoura; ou uma vida de aventuras, gloriosa, mas curta e cheia de sofrimento.
House, personagem médico da série homônima da Universal Channel, em vários episódios é apresentado com o mesmo dilema: o personagem é triste, sozinho, castigado com dor na perna e usuários de drogas. Mas um médico fora do comum. Somos levados a crer durante a série que sua dor, solidão e drogas, fazem dele um médico genial, daí que o doutor busca a cada episódio arruinar sua vida pessoal tendo em foco a glória do seu próprio nome.
Não há maior motivação para um homem enfrentar a dor e o sofrimento que a glória pessoal, e modernamente homens e mulheres têm sacrificado a vida, em paz, tranquila e longa, para um mergulho no trabalho, nas drogas, numa vida desregrada ou de aventuras, e até, em último caso, inscrever-se para o próximo BBB.
É um paradoxo difícil: sacrificamos a vida para que o nosso nome (ou nossa glória) permaneça após a morte, ultrapassando o tempo e o espaço limitado a nós. Estar acima dos demais homens vale uma vida curta e de sofrimento.
A Palavra de Deus não nos convida para uma vida mansa e longa, como se estivéssemos num estado de espera. Mas também, por outro lado, não é uma opção essa busca ensandecida pela glória do próprio nome, como a busca dos moradores de Babel em Gn 11.4: “Vamos construir uma cidade (...) Assim nosso nome será famoso".
Mas a proposta de Deus a Abrão é tentadora, em Gn.12.1-2:
"Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei. Farei de você um grande povo, e o abençoarei. Tornarei famoso o seu nome, e você será uma bênção”.
Ou seja, saia desta sua vida confortável em que você é reconhecido como príncipe, saia da casa dos seus parentes em que há certezas e paz, obedeça-me sendo uma bênção para todos os povos, brilhando em sua face a Minha (de Deus, não sua) Glória, e Eu (Deus, não você) tornarei seu nome Glorioso. Viva para a Glória, não sua, não da empresa, não da nação, mas para a Glória de Deus!
O conhecimento da Glória de Deus se espalhará por toda a terra, isto é promessa e podemos esperar com confiança. Entre todos os povos, todas as línguas, a Glória do nome de Deus estará presente. Deus nos convida a participar (como servos inúteis) dos grandes atos de Deus na execução desta promessa, brilhando em nós a luz de Deus, numa aventura de vida buscando o Reino de Deus e sua justiça.
Não há preço alto demais para tamanha aventura!
09/04/2011
Os deuses da metrópole.
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Não é novidade ouvir das pessoas que moram em cidades grandes que elas não possuem religião. Por outro lado, os moradores da galáxia urbana não possuem religião em seu discurso, mas a possuem de fato, e fiquei surpreso ao ler um texto de Luis Fernando Veríssimo, no Estadão de janeiro de 2008, em que descreve sua teologia pessoal:
“Invejo quem tem fé, mas não posso deixar de pensar que a minha religião particular, uma espécie de panteísmo urbano (devoção por pastéis de carne e boas livrarias e a crença de que há um deus, sim: o deus do Oboé, que além de ser um instrumento divino, é o que afina todos os outros) é a mais sensata”.
Neste autoexame irônico, o cronista descreveu de maneira “sublime” a religiosidade do homem moderno, chamado panteísmo urbano.
Se usamos o mesmo dicionário, entendemos por panteísmo a ideia de que deus, ou os deuses, identificam-se com o mundo sem distinguir-se dele, ou ainda, deus é “um ser em linha de continuidade com o mundo*”.
Se no panteísmo das comunidades “da floresta” os deuses eram identificados com animais, plantas, elementos da natureza; na cidade, os deuses são “pastéis”, “boas livrarias” e “instrumentos musicais”. Esta religião mais “sensata” consegue superar a loucura da anterior.
Se Paulo estava abismado com o “coração insensato” e obscurecido daqueles que adoravam animais e aves, em Romanos 1, que diria ao ver que os deuses caíram 2 níveis nos setores da economia, que fizemos de deus os elementos do setor terciário (produtos e serviços) da sociedade?
Isso acontece em consequência de terem alterado o próprio conceito de deus. Os deuses da cidade são os elementos do cotidiano que dão sentido presente a nossa vida por meio do prazer momentâneo, e por isso há, inclusive, uma hierarquia teológica pessoal, do pastel à boa livraria, abaixo da arte, ou da música, conforme o perfil do religioso.
Numa comunidade antiga, deuses eram aqueles que causavam medo, e com quem negociávamos para livrar-se dos seus infortúnios; no mundo urbanizado, em que os heróis humanos expurgaram seus medos (ou escondem-se deles), sua vida, vazia de qualquer sentido, busca encontrá-lo no cotidiano prazeroso, em seus templos (shoppings, hipermercados, TV por assinatura), com seus ritos (vertir-se bem, comer pipoca, todas às sextas) e com suas oferendas e sacrifícios (trabalhar duro, cartão de crédito, dívidas). Tudo isso porque a única esperança que resta é esta vida, presente, real, palpável e, sobretudo, sofrível. Deste modo, parece-nos sensato mesmo, tal como chegou à mesma conclusão o próprio Salomão, ao observar a vida “debaixo do sol” como total enfado e inutilidade, e que basta que nos deliciemos na vida, pois nada mais nos espera além dela.
Paulo, no entanto, milhares de anos e de páginas depois, com o Mistério revelado através de Jesus Cristo, encontra a resposta à loucura: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” - 1a Co.15.9.
Assim chegamos ao coração do problema: destituído o deus único, com sua verdade absoluta, os metropolitanos caem na mais pura desesperança, e se vêem entregues às suas “paixões desonrosas” ou, em sua maior sensatez, a prazeres cotidianos e (certamente) mais covardes, perpetuando um pouco mais seus dias de “cadáver adiado que procria*”.
Mas ainda é preciso perguntar: não estaríamos nós, ditos crentes, rivalizando com o nosso cristianismo dominical, vivendo este panteísmo urbano no dia-a-dia, tal qual o povo de Judá, de quem foi dito:
“Assim, estas nações temiam o Senhor, mas também suas imagens esculpidas; seus filhos e seus descendentes também fazem até o dia de hoje como fizeram seus pais” - 2a Reis 17.41.
Ou, do contrário, podemos dizer diante de Deus que em cada ato do dia podemos nos regozijar em Cristo Jesus, e que cada decisão de nossa vida visa a sua Glória?
_____________________
*conforme é dito do pensamento de Scheiermacher, na Teologia Sistemática de Berkhof.
*como diria Fernando Pessoa.
04/04/2011
31/03/2011
Eu sou cArente
11/03/2011
08/03/2011
Diáspora estudantil: o potencial centrípeto e centrífugo das universidades para a evangelização mundial.
André Filipe, Aefe!
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Na história moderna do Cristianismo as universidades têm tido um papel muito importante para a evangelização, tanto por seu potencial centrípeto, de atração de estudantes para si, quanto centrífugo, de espalhar estes estudantes após formados.
> Estudantes atraídos para a universidade.
A universidade tem este potencial atraente de, semestralmente, fazer migrar para dentro de si uma enorme comunidade de jovens dos mais diversos lugares. Uma grande parte deles deixa os pais pela primeira vez e serão transformados decisivamente.
Para a universidade migram milhares de jovens que não conhecem a Cristo, e que nesta fase, formarão valores que carregarão para o resto da vida. Por outro lado, também chegam muitos jovens cristãos, muitos deles de cidades muito pequenas e interioranas que carregam fortemente valores cristãos bem firmados. Tenho visto, entre estudantes da Universidade confessional Mackenzie, em São Paulo, com quem me relaciono a pelo menos 7 anos, muitos destes cristãos tornarem-se líderes valorosos.
Entre crentes “avestruz”, que cumprem seus deveres, não se misturam a ambientes secularizados, e no final de semana voltam para casa dos pais para o louvorzão com seus amigos de infância. Semanalmente passam por eles manadas de estudantes a beira do precipício, mas eles estão com suas cabeças afundadas no chão; e ainda os crentes “camaleões”, que são mais entrosados, participam das festas da faculdade, têm muitos amigos, vão pro bar na sexta a noite, e domingo sentam-se ao lado dos pais no culto. Não fosse ele “uma vez ter dito algo a respeito”, seus amigos nunca saberiam que é um cristão. Não são poucos os camaleões que tenho visto cansarem-se desta vida disfarçada, e se entregam definitivamente às drogas e bebidas. Entre estes estudantes, no entanto, o Senhor tem mandado, cada dia mais, Seu remanescente de estudantes, que tenho visto terem um papel extraordinário na evangelização da universidade, seja individualmente, seja através de associações como ABU, Toca do Estudante, MPC, etc. Pelo trabalho deles, tenho visto, de verdade, jovens universitários convertidos a Cristo Jesus, e em número bem maior, cristãos “avestruz e camaleões” terem sua fé reavivada.
> Estudantes dispersos pela universidade.
Semestralmente, as universidades recebem jovens saídos do colegial e enviam à sociedade profissionais das mais diversas áreas que serão os futuros líderes da nação; muitos se destacarão em empresas, organizações e departamentos do governo. Do mesmo modo que estes jovens tornam-se cativos de Cristo enquanto estudantes, como profissionais promoverão o reinado de Deus pela nação. Isto é, um jovem cristão que entra para a universidade para “mudar o mundo” tem boas razões para persistir nisso. Profissionais cristãos cheios do Espírito, apaixonados pelo avanço do Reino, são a melhor maneira de mudar um país.
Além do mais, a exemplo do enorme impacto dos avivamentos europeus e norte-americanos, tenho visto também jovens universitários entregarem suas vidas para as missões, quando saem da universidade. Não creio estar exagerando dizer que o movimento universitário em missões foi o maior movimento missionário da história, e em tempos em que os “povos do norte” estão em descrédito, a igreja brasileira deve oferecer seus filhos ao mundo de modo a serví-los com a pregação da Palavra. Se Deus der a graça de termos um avivamento na proporção do que ocorreu no passado, não é loucura sonhar com a evangelização do mundo ainda em nossa geração, por intermédio de universitários cheios de Deus!
Pastores, pais e líderes de jovens devem investir nestes meninos que saem de casa para a Universidade, invistam em discipulado, capacitem-nos para defenderem a fé e pregarem a Palavra, orem por eles como se enviassem um missionário. A ideia de “irem apenas estudar” tem sido pretexto para uma vida ociosa e boêmia; encarem-nos como embaixadores da Palavra em um ambiente em que ela é mais menosprezada. E quando um destes jovens sentirem-se inclinados a seguirem para missões, não entendam como “desperdício” de sua profissão, mas como uma lembrança de que o Senhor está fazendo as mesmas maravilhas que fez no passado.
ROGAI: um movimento de oração.
Em 2005, a Aliança Universitária para Missões (ALUMI) lançou uma campanha de oração mobilizando a igreja para orar por três motivos específicos pela Universidade. São estes: 1) conversões verdadeiras; 2) lideranças fortes; 3) vocações missionárias.
Conheça mais aqui http://alumi.org.br/?page_id=6 e envolva-se!
25/02/2011
Disciplina é vida
Há muito tempo tenho pensado sobre a questão da disciplina.
31/01/2011
25/01/2011
AÉFES E JOTAPÊS
AÉFES E JOTAPÊS[1]
Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo. 1 Co 12.27
Minha igreja é feita de vários tipos de pessoas e é fácil identificar extremos. Um extremo que gostaria de citar é o dos Aéfes e Jotapês.
O primeiro é sonhador, têm os pés na lua, é empolgado. O segundo é mais centrado, têm os pés no chão e pensa muito (muito mesmo) antes de tomar qualquer atitude. Um é emoção o outro é razão.
Aéfes acreditam que tudo é possível é só começar. Jotapês também acreditam que tudo é possível, mas não começam sem ter a certeza que tudo foi pensado e calculado.
Precisamos de Aéfes e Jotapês.
Aéfes, com sua capacidade de sonhar, conseguem enxergar além das dificuldades, mas precisam dos Jotapês justamente porque estes enxergam as dificuldades.
Jotapês estão sempre prontos, mas precisam de Aéfes para dar um empurrãozinho.
Louvado seja nosso Deus pelos Aéfes e Jotapês de nossa igreja.
[1] Os nomes citados neste texto são fictícios e meramente ilustrativos. Qualquer semelhança é mera coincidência.
15/01/2011
Jesus e o amor que não tem fim (Jo. 13.1).
1. Memória do futuro.
“Ora, antes da Festa de Páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai (...)”
Ali no cenáculo com seus discípulos, Jesus sabia que aquela não era mais a páscoa dos judeus, mas a páscoa de todo aquele que crê em seu nome. Logo mais não apenas os judeus estariam comemorando a sua libertação do Egito, mas a Igreja estaria comemorando a libertação do pecado. Isso ocorrerá porque Deus enviou seu Filho ao mundo para que Ele, ao retornar aos seus braços, trouxesse consigo algemas arrebentadas pelo seu sangue. Jesus sabia disso, sabia que viera do Pai e que voltaria, cumprindo assim sua missão. Mas antes de retornar ao mundo dos céus, sabia que seria trucidado no mundo dos homens.
Este saber de Jesus não era um mero conhecimento como aquele “Puxa, é meu aniversário na semana que vem”, mas sim uma memória do tipo “Cara, a cólica que senti na semana passada foi horrível, se eu pudesse a evitaria”; o saber de Jesus era uma memória terrível de um futuro cada vez mais próximo.
Jesus sabia tanto da existência de um traidor entre seus discípulos, como da certeza da ressurreição, e de que o mundo estava confiado em suas mãos; mas naqueles momentos que antecipavam a cruz, penso que Cristo tinha vivo em sua memória que Ele era o Cordeiro imolado da Páscoa.
Ora, como Jesus sabia de sua morte, enganam-se os romanos se pensaram terem sido seus assassinos, ou os judeus, que o fizeram calar: Jesus não foi a vítima de uma injustiça, mas um voluntário da justiça. Jesus não foi, ainda, um mártir que não teve escolha, porque ninguém pode tirar a vida de Cristo (Jo.10.18), mas um Deus que amou até o fim.
2. Amando até o fim.
“tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”
Que Jesus amou os seus discípulos isso o demonstra todos os Evangelhos, e o seu amor já seria enorme se tivesse parado ali. Se Jesus tivesse dito “Beleza, eu vos amei pra caramba, agora vou tocar a vida”, já seria um amor imenso.
Isso é muito bom. Isso deve nos dar uma segurança enorme! Jesus ama até ao fim, Jesus leva o seu amor ao extremo; quando ele diz na cruz “Está consumado”, não era o seu amor chegando ao fim, mas ganhando tal dimensão que não importa quem sejamos, em que estado está nossa vida, mas se confessamos Jesus como nosso salvador, Ele nos ama, pois o seu amor está ancorado não em nós ou em nossa obediências, mas em sua própria fidelidade, e sendo Deus fiel, Ele ama até ao fim, e amando até ao fim, estou seguro em seu amor. E isso e muito bom!
3. Um mandamento difícil.
“Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros” Jo.13.34-35.
Aí complica tudo, porque Jesus não espera amor menor de nós que o seu próprio e imenso amor até o fim. Jesus é, assim, não uma mobília para ser admirada, mas um exemplo a ser seguido para amarmos ao próximo até as últimas consequências, não baseado nos valores do próximo, mas ancorado em Jesus Cristo. Que irresponsabilidade! Como Jesus pode nos exigir um amor até o fim por um chefe orgulhoso e que me humilha na frente dos demais? Como amar até ao fim aquela professora que me persegue sem razão? A que consequências sou levado por um amor a um morador de rua, a uma comunidade pobre? Isso é duro, é complicado, é terrível pois este é o RG daqueles que são amados por Cristo. Quem crê em Cristo ama até ao fim, e quem ama até ao fim, perdoa infinitamente, espera pacientemente, ajuda desmedidamente, se entrega graciosamente.
Pedro entendeu este amor muito bem. Observe o que ele diz a Jesus, no versículo 37: “Por Ti darei a própria vida”. Veja como Pedro foi grande, aqui. Jesus ainda não havia sido morto, aliás, Pedro mal entendia aquela história de Jesus ir para onde não podia ser seguido. Mas ele entendeu muito bem que amar até ao fim significava entregar a própria vida, se preciso fosse. Porém, é muito confortante que Jesus, logo em seguida, destrói suas ilusões, no versículo 38, dizendo que, ainda naquele dia Pedro o negaria três vezes! Fico feliz que logo após um mandameno enorme, como o do versículo 34, tenha sido o grande Pedro o primeiro a descumprí-lo, mas Jesus o amou até ao fim assim mesmo, porque seu amor não está condicionado a nossa obediência.
4. Exemplo e poder.
O que Pedro nos ensina também é que não basta saber o que significa amar até ao fim assim como não era o suficiente Jesus ser simplesmente um exemplo para nós. Sendo assim, estaríamos condenados a chorar amargamente como Pedro após negar Jesus (Mt.27.35) para sempre!
É por isso que é loucura estas propagandas de banco, ou essas mensagens de ONGs que falam de amor ao próximo. É loucura mesmo a nossa pregação contra o mundo pagão, colocando Jesus como exemplo, pois a Cruz não é só nosso exemplo, mas também e principalmente o que nos torna capazes de amar. Só aqueles restaurados pela cruz de Cristo e pelo Espírito Santo são capazes de amar verdadeiramente até o fim. Não devemos esperar amor de um mundo sem Cristo, mas o mundo sem Cristo não deve esperar amor menor que o de Cristo daqueles que confessam o seu nome.
Deus deu a Pedro a honra de cumprir sua promessa e entregar sua vida em nome de Cristo. Diz a tradição que Pedro ia ser crucificado como Cristo por pregar o Evangelho, mas ele não se achou digno e pediu que fosse crucificado de cabeça para baixo. E os expectadores puderam ver a Glória de Cristo na entrega de Pedro. Através do Espírito Santo regenerador de Deus, temos o poder de amar até ao fim, e este é o nosso ministério de vida.
Ao caminhar pelas ruas, ao planejar sua vida, ao fazer escolhas, você tem levado em conta o amor ao próximo, fazendo assim resplandecer o amor de Cristo?
09/01/2011
Entregue-se!
Deve ser um pedido doloroso para aquele que tem muito dinheiro na conta, no caso de alguém chegar e estender a mão lhe pedindo uma pequena moeda.
Deve ser um pedido que traz certa insegurança, quando um homem pede uma mulher em casamento.
Deve ser um pedido praticamente impossível de engolir e aceitar, quando uma pregação ouvida ou até mesmo um versículo lido nos aconselha a nos entregarmos diariamente a Deus.
Marcos 14 (versículos 51 e 52) traz uma imagem interessante. De acordo com teólogos, o próprio autor João Marcos seria o jovem que seguiu a Jesus, até porque somente ele mesmo (o seguidor) poderia saber quem é que estava seguindo. E também pelo fato de estar vestindo somente um lençol, o que na época era uma vestimenta de gente rica. E Marcos vinha de família rica!
Muitos pregam em cima da covardia e medo de Marcos, por assim que ter sido flagrado, ter fugido correndo largando até sua última peça de roupa.
Mas alguns estudiosos analisam de outra forma, que considero que pode ser a real: Marcos estava ali observando Jesus sendo levado, enquanto os outros discípulos mais velhos e experientes já tinham fugido fazia tempo. Se caso ele estava escondido, era por estar com pouca roupa. E no momento em que largou o lençol, podemos pensar que ele estava se entregando todo a Jesus, ou seja, estava totalmente nu, deixou (jogou) para trás tudo o que tinha, para ficar totalmente entregue a Ele.
Sei que entregar é um verbo bem difícil de conjugar na vida, mas espero que finalmente, este ano de 2011 seja o ano da sua Entrega Total!