Sem ter muito o que ter, mas com tudo o que precisa para viver. Numa estrada que não faz sentido, em direção ao rumo do objetivo oculto.
Pela janela do ônibus eu vejo o que está ficando para trás, o que foi deixado, mas nunca esquecido.
Ás vezes está tão calor... ás vezes falta mais um cobertor.
A jornada é longa, o caminho a ser trilhado é desconhecido. O pastor jamais deixou de enfrentá-lo, não importa a direção, o sentido. A fé o despertava, a obediência o movia.
A mulher o seguia, sem hesitar, sem questionar a vontade Daquele que os conduzia.
As três crianças dormiam, dormiam enquanto eu refletia, aonde aquele ônibus nos levaria. Como seria o nosso destino? E tudo o que eu havia vivido, era simplesmente para deixar para lá?
Com o phone no ouvido, deitado no colo do pastor, olhando pro mato escuro do lado de fora da janela, eu nada sabia.
E mais uma vez eu dormia, sonhando com uma paz que eu não entendia e com uma certeza que só Deus podia dar: uma família seguia unida, numa estrada sem luz, ás vezes esburacada, ás vezes seca, ás vezes fria; mas num caminho reto, cumprindo a missão que só Ele sabe o como e para quê seria...
Este texto foi baseado na minha vida pessoal, juntamente com a minha família.
Sei que muitos talvez se identifiquem com os sentimentos vividos nos momentos de mudança, de dar um salto de fé.
Morei em 8 cidades, 2 países. Residi em quase 15 casas diferentes. Estudei em 12 escolas. Minhas lembranças são divididas pelos lugares que morei, em cada ano. Foram mudanças agradáveis, algumas em que eu tive que me adaptar, outras em que me adequei perfeitamente. Conheci muita gente diferente, aprendi vários sotaques, gírias. Vivi no frio e no calor, na praia e no interior. Não me arrependo de nada, e viveria tudo de novo. Ás vezes sinto vontade de passar por tudo outra vez, ter a chance de ficar mais tempo em determinada cidade, escola ou casa.
Não sei aonde Deus ainda me levará, e se me levará. Mas seja aonde for, se Ele disser VAI, eu irei.
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