De repente, jovem, precisará fazer uma escolha:
Poderá continuar criança,
e pegar de herança o jeito de não encarar a vida,
um jeito de mundo encantado, como os que dormem;
sobreviver do hoje, no agito, no divertido brincar isolado
dos que sofrem...
É o passear do cão rico na calçada onde sobrevive o morador da rua...
Mas a maldade o alcançará:
irá caçá-lo entre seus brinquedos,
e somente sendo inteligente ou sensível perceberá:
e aí, jovem, poderá fugir...
Refugiar-se em desespero no ponto
mais escuro e sombrio do seu quarto, desligar a luz, a TV, fechar a porta pra todos:
ser o prisioneiro perseguido, escondido, amedrontado... lá, amuado,
esquecerá as gentes, o mal, e que é monstro também.
Fugindo da maldade do mundo, espantado,
jovem, navegará ao lugar mais distante,
onde ninguém saberá quem realmente é:
um lugar de gelos, de frio, e deserto de gente de verdade...
No entanto, enquanto vai, navegante e fugitivo,
as crianças estarão de mãos dadas cercando a beira-mar, vestidas de um pedido:
- Volta, jovem, vem! É a tua vez
de mostrar aos adultos do que somos capazes!
Mostra o tumulto que causa o bem que fazes, e as pazes
que queremos sentir.
Volta, jovem, e encara a vida, e o mundo, e as gentes, e o mal...
Escancara teu valor, ascende! Que tu és o moinho de Deus,
Acende pelo caminho que a escuridão se rende aos teus pés.
Faz da verdade dura, da verdade pura,
massa de modelar em mãos de criança madura. E dura pra sempre, jovem!
E quando, jovem, ceder a vez na fila
ao apressado,
perceberá intrigado, e finalmente, todos os rostos espantados, e o tempo parar,
e que a vida
não é corrida ou pódium:
É passeio e ajuda!
E mudará o mundo ao seu redor:
Ao jovem não cabe desafio menor.
Um comentário:
é isso, aí, jovem aefe!!!
e que atendamos (mais e mais) ao pedido das crianças de mãos dadas cercando a beira-mar...
k.
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