OBS.4s: observações quadradas para um mundo redondo sobre um Deus triúno!

26/02/2008

Grandeza e Felicidade

Estava na casa de uma senhora que contava suas histórias, até que ela se virou para mim. Eu, com 14 anos, guardo o momento como se tivesse sido aqueles disneys em que um grande mago faz a profecia para o herói, por uma bola de cristal ou por desenhos no rio:
- André, ela disse com aquela voz rouca dos velhinhos, e, pelo que me lembro, seu corpo estava iluminado, trovoava lá fora e havia uma trilha sonora dramática – você será um grande homem!
Como os magos que doam uma espada mágica ao herói, ela me deu R$ 50,00 reais e um chaveiro com um versículo. O dinheiro virou um brinquedo e o chaveiro foi para a caixa de recordações, mas aquele momento perseguiu toda a minha adolescência, que se tornou uma corrida em direção a me tornar “um grande homem”! Sempre buscava grandes projetos, um grande sonho, um grande objetivo... e sempre, quando alguém dizia, esse menino vai ser um grande homem, eu me lembrava que havia ainda muito a correr, e não adiantava o quanto fizesse, eu ainda continuava a ser “aquele que ainda vai ser...”
De algumas formas, porém, ganhava tempo e alívio quando alguém me dizia, quando eu informava minha idade: é jovem ainda...
Este ano completei 24 anos, e exatamente no primeiro dia do ano, encontrei-me com um homem qualquer, num momento qualquer, na rodoviária. Conversa de ponto, e ele me perguntou a idade. Quando disse, aguardei, sem expectativa, a frase mágica, é jovem ainda... mas passaram-se segundos demorados, em silêncio, e ele disse: Ah, já tá avançado, já... De repente, choveu de novo, e percebi que aos 24 anos o tempo se esgota, o “ainda” fica nos 23, e “você é jovem ainda” passa a ser conjugado num pretérito mais que perfeito. Enfim, o meu prazo havia acabado e eu estava atrasado para ser uma grande homem.
Cheguei em casa furioso com a profetisa duma figa! E fui logo procurar o chaveiro, para me lembrar... Abri o guarda-roupa, onde estava a caixa de recordações: ela estava iluminada. Chovia muito, eu estava ensopado, uma música grandiosa tocava, e quando abri a caixa, a luz que o chaveiro refletia ofuscou meus olhos. Quando minha visão se recuperou, peguei o chaveiro em minhas mãos e só finalmente li o versículo que estava nele: “Grandes coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres. Sl. 126.3”.
Este texto é parte de um cântico em que o povo de Israel responde aos povos pagãos que, ao verem os israelitas libertos do cativeiro, surpreendem-se e dizem: “grandes coisas Deus fez a este povo, por isso estão alegres” e o povo responde: “sim, grandes coisas fez o Senhor por nós, por isso estamos alegres”.
A grandeza é um presente de Deus. Não é o povo de Israel que é grandioso, ou que faz grandes coisas através de Deus, mas é que, apesar de ser um povo pequeno, pecaminoso, ingrato, Deus liberta o da escravidão, dando-lhes uma identidade própria, e isto torna o presente grandioso, torna Deus grandioso, e o povo: alegre.
Um grande homem é um homem pequeno feliz, e sua felicidade faz com que o mundo reconheça a grandeza de Deus.
Quando terminei de ler o versículo, fui até a janela, reflexivo, e o sol brilhou forte e magnífico, tocou uma música alegre de clímax de filme, a nuvem formou o rosto da senhora, que sorria para mim. A senhora era a cara de Deus!
E vivi feliz para sempre...

25/02/2008

Novo Blog

Bem-vindos,
esse é o Blog Obs.tetras!
O blog foi criado a partir de uma amizade de 4 amigos que decidiram escrever sobre suas observações cotidianas e de suas vidas. Daí o nome obs.tetra (Obs: Observação Tetra: quatro)
Os assuntos variam de acordo com as experiências de cada integrante do blog. Que são: Aefe, Israel, Jônatas e Josué.
Esperamos que os visitantes comentem os textos e que seja uma troca de idéias.
Um grande abraço!