OBS.4s: observações quadradas para um mundo redondo sobre um Deus triúno!

06/11/2013

Porque evangelizar grupos minoritários, ou A urgência de missões na globalização

André Filipe Aefe!
foto by Jimmy Nelson, em Papua Nova-Guiné. in: "Before they pass away"
Evangelização e missões | Quando falamos em evangelização, normalmente estamos falando em algo mais abrangente como a pregação do evangelho a cada indivíduo da terra. Quando falamos em missões, falamos em algo mais específico como a pregação do evangelho a cada povo da terra. A evangelização ocorre na prática ordinária da igreja. O evangelho vai sendo pregado a cada indivíduo da terra através do testemunho individual de cada cristão em seu contexto. Missões, no entanto, requer preparo e envio de missionários.
Pela evangelização da Igreja de Antioquia, o evangelho poderia se espalhar pelo mundo como quando uma pedra é lançada na água, e a circunferência da onda gerada pelo impacto vai crescendo pouco a pouco. Em Atos 13, no entanto, o Espírito Santo ensinou à Igreja a necessidade do envio de missionários. A igreja não iria se espalhar somente através de um único ponto centrífugo, mas sim lançando pedrinhas para que o Evangelho se espalhasse por meio de vários eixos. Foi deste modo que a Igreja chegou em Chipre, na Ásia menor, na Europa e até nós. O envio de missionários é necessário porque, em determinando ponto, a evangelização ordinária encontrará barreiras, a onda é barrada por fronteiras, sejam elas geográficas, culturais, linguísticas, sociais etc. Por isso, se enviam missionários. O missionário é, portanto, aquele que transpõe barreiras para a evangelização.

Pieter Bruguel "A mais antiga torre de Babel"
Globalização e grupos minoritários | Nos dias atuais, no entanto, podemos ser levados a pensar que, com o progresso da globalização e com a uniformização das línguas e das culturas pelo mundo, as barreiras se tornam cada vez menores e o evangelho pode chegar a cada indivíduo sem qualquer impedimento, sendo missões algo desnecessário. Segundo relatório da Unesco, de 2001, mais de 50% das 6.800 línguas faladas no mundo correm risco de extinção, e segundo algumas estimativas, uma língua morre a cada 15 dias. E ainda, segundo um artigo científico publicado em 2003 pela Nature, 7,1% das línguas faladas no mundo estariam numa categoria de “criticamente ameaçadas(1)”. Agora, considerando o contexto brasileiro, segundo o linguísta Aryon Rodrigues, todas as 180 línguas indígenas “estão sujeitas a pressões muito fortes e pode-se considerar que todas estão ameaçadas de extinguir-se no decorrer deste século(2)”. Ainda, segundo o Relatório 2010 do Departamento de Assuntos Indígenas (DAI-AMTB), 48% das etnias indígenas vivem próximas a áreas urbanizadas ou em áreas urbanas e 111 etnias urbanizadas ou em processo de urbanização. Diante destes dados, as barreiras culturais não estariam diminuindo e a evangelização se tornando mais fácil? A cada dia que passa, culturas minoritárias são engolidas por culturas majoritárias e o mundo vai ficando cada vez mais homogêneo. Será que para a igreja esta é uma boa notícia? A globalização não estaria diminuindo as barreiras para a pregação do evangelho? Gostaria de responder a esta questão à luz da narrativa da torre de Babel.
A partir de Gênesis 4, vemos a humanidade seguindo duas gerações bem distintas: de um lado a geração de Caim, que desenvolveu a civilização antiga de maneira rebelde ao Deus da criação, seguindo seu próprio caminho. De outro lado, por sua vez, a linhagem de Sete, a linhagem da Aliança, que se manteve distante da perversidade de seus irmãos. Mas
Gn.6.1-9 nos mostra que essa linhagem se desenvolveu construindo uma civilização tão perversa e imoral que a própria linhagem da Aliança se corrompeu, a ponto de restar um único justo em toda a humanidade, tal era a força atrativa do Império surgido. Como castigo, mas também como graça, para preservar a linhagem de Noé, Deus destruiu todos os iníquos, e recomeçou a linhagem a partir dos três filhos de Noé: Sem, Cam e Jafé, reservando a linhagem de Sem para seu povo. No entanto, rapidamente se ergueu novamente a civilização da iniquidade, cooptando os justos. A enorme Torre de Babel é, então, arquitetada sob dois fundamentos: a criação de um Império universal, e o renome humano, em rebeldia ao Deus da criação. Desta vez, ao invés da destruição universal, Deus decide lançar mão de outro castigo, que guardava consigo graça abundante: ele divide os povos em culturas e línguas, e os espalha pela terra. O princípio é claro: num mundo debaixo do pecado, a humanidade unida alcançaria tal Iniquidade que sua violência seria uma tragédia para si mesma, e principalmente para o povo de Deus.
A idéia por trás daquela que diz que quando a “civilização" chega aos diversos povos facilita a evangelização, o que está por trás é a idéia de que vivemos numa cultura santa, e que ser um “homem civilizado" é quase a mesma coisa que ser um cristão. Esperar para que a globalização adeque todos os povos numa mesma cultura e língua para então evangelizar é um risco muito grande para a igreja. A igreja deve abolir qualquer tentativa de imperialismo de qualquer parte, seja através do domínio político, linguístico ou cultural. Evangelizar uma cultura distante pode parecer o mais difícil a curto prazo, mas a diversidade dos povos, dos poderes e da cultura é favorável à promoção do evangelho a longo prazo. A concentração de poder e a homogeneidade da cultura sempre sera ímpia, mesmo quando influenciada por princípios cristãos. Uma hora ou outra ela se voltará contra a igreja. O tempo do apóstolo Paulo vivia sob uma globalização semelhante. O Império Romano havia conquistado o mundo inteiro e o tinha integrado por estradas e uniformizado a língua. Paulo e a igreja foram favorecidos por esta concentração de poder a curto prazo. Ele se livrou de feras selvagens e de ter que se infliltrar em densas florestas, pois as estradas estavam abertas. Ele também não precisou aprender novas línguas, pois o grego era entendido em todo o Universo romano. No entanto, em pouco tempo, o Império se tornou hostil à igreja, e o que poderia ser simplesmente uma perseguição local, tornou-se uma perseguição mundial. A concentração de poder e a massificação da cultura sempre será desfavorável ao Evangelho.
Veja o caso da ONU, em que há certo aspecto de poder político universal. Contendo certa influência do cristianismo, são inegáveis os avanços em direitos humanos ao redor do mundo por intermédio dessa organização. No entanto, a longo prazo, ensina a história, ela vai se voltar contra o cristianismo. Isso já é possível deslumbrar com recentes sugestões às nações a respeito do casamento homossexual. Outro exemplo é o imperialismo cultural americano. A princípio isto parece favorável, pois os EUA possuem valores cristãos em suas bases. No entanto, o que se exporta por todo mundo, até às regiões mais longínquas da terra não é o evangelho, mas sim uma cultura consumista e pervertida, imoral e violenta, que escandalizaria as comunidades mais tradicionais pelo mundo, mas faz a cabeça das novas gerações. Um terceiro exemplo é o do avanço de uma religião universal. Uma coisa é um missionário pregar a uma cultura cuja religião seja local, outra coisa é ser envolvido sobre uma religião mundial. O exemplo é duplo, tanto o avanço do islamismo quanto o avanço do ateísmo provam a dificuldade que traz a globalização universal. A globalização universal facilita a divulgação destas outras doutrinas religiosas também, e elas terão proeminência sobre o cristianismo, pois o Império de Babel sempre favorece uma religião rebelde ao Deus verdadeiro: “os produtos imorais e não-religiosos de uma nação são tão destrutivos quanto aqueles de uma humanidade unida (...) muitas religiões falsas são melhores do que uma só, já que uma paralisa a outra(3)”.
Além do que dizemos acima, que os povos unidos sob uma única cultura se tornarão mais fortes e ímpios quando unidos, há ainda outro agravante que a globalização traz. A história tem contado que a apropriação das culturas minoritárias pelas culturas majoritárias produz desintegração da cultura minoritária, de um lado, integração da cultura majoritária nos seus aspectos mais perversos, como a imoralidade e a violência, e a não integração nos aspectos de humanidade. Um exemplo para ilustrar é ver o que vem acontecendo aos povos indígenas próximos às cidades. Eles se desintegram da rica cultura em que nasceram, perdendo suas canções, suas histórias, seus artesanatos etc; se integram à cultura pelo materialismo, pelo alcoolismo, pelas drogas, pela prostituição; mas não se integram quanto às oportunidades de educação, de trabalho e de demais direitos, deixando essas comunidades com graves carências sociais.
Sendo assim, tanto porque a globalização fortalece o lado mais perverso das culturas, e se torna uma potência cada vez mais forte contra a igreja, quanto porque a apropriação das culturas minoritárias a levam a um estado deplorável socialmente, o envio de missionários, e de maneira específica às culturas minoritárias, não apenas não é desnecessário, mas é urgente! Levar o evangelho às culturas enquanto ainda não intoxicadas por culturas maiores é antes uma obediência a Cristo e uma valorização às riquezas da graça de Deus disseminadas nas mais diversas culturas, do que desperdício de vida e de recursos.
O resultado será magnífico. A vinda do Cordeiro, o retorno de Cristo está pintado em Apocalipse: “Eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro” (Ap.7.9). A Segunda vinda e a adoração universal em nada será parecida com os shows gospel, cuja cultura uniformizada é cantada da mesma maneira em todo o mundo, e será mais parecida com o Pentecoste, em que cada um cantará em sua própria língua, vestido de sua própria cultura, em torno de sua própria tribo, clamando “em grande voz, dizendo: ‘Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação” - Ap.7.10.
__________
1. GERARQUE, Eduardo. Diversidade sob risco de extinção. in: Biblioteca entre livros: línguas. São Paulo: Duetto, p.94-97.
2. RODRIGUES, Aryon. Línguas indígenas brasileiras ameaçadas de extinção.
3. DELITZSCH, APUD: VOS, Geerhardus. Teologia Bíblica do Antigo e Novo Testamentos. São Paulo: Cultura Cristã, 2010, p.81.

01/10/2013

6 formas de sua família e sua igreja local serem cooperadoras da Obra Missionária, tiradas do ministério do Apóstolo Paulo

André Filipe, Aefe!


Paulo sendo resgatado pelos discípulos
- por Gustave Doré
Neste texto, apresentamos 6 formas de você e sua igreja local abençoar a obra missionária, extraídas de exemplos de pessoas, anônimas algumas vezes, que investiram na vida e no ministério do apóstolo Paulo. O texto foi escrito para você que ama a obra missionária, mas ainda não teve a plena convicção de ir definitivamente aos campos. Talvez porque o Senhor o esteja chamando para ser um cooperador da obra onde você está, das seguintes maneiras:

1) Orando pelos missionários
Não há nada mais necessário aos missionários que a oração por suas vidas, por sua família, por sua equipe e pelos frutos do trabalho. Não é à toa que o apóstolo Paulo frequentemente pedia às igrejas que orassem tanto por perseverança na tribulação, quanto pelos frutos do seu ministério. Para a igreja de Roma, ele ensina que através das orações dos irmãos, eles estariam unidos na mesma luta: “Recomendo-lhes, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que se unam a mim em minha luta, orando a Deus em meu favor.” (15.30). O pedido era por perseverança na perseguição, como pelos frutos do ministério: “Orem para que eu esteja livre dos descrentes da Judéia e que o meu serviço em Jerusalém seja aceitável aos santos” - 15.31.
Para a igreja de Corinto, o apóstolo informa a igreja de suas lutas, para que as orações sejam específicas: “Irmãos, não queremos que vocês desconheçam as tribulações que sofremos na província da Ásia, as quais foram muito além da nossa capacidade de suportar, a ponto de perdermos a esperança da própria vida.” (2Co.1.8). E reconhece que Deus lhe dará graça em resposta às orações da igreja: “Nele temos colocado a nossa esperança de que continuará a livrar-nos, enquanto vocês nos ajudam com as suas orações” (2Co.1.10-11a) e mostra que o fruto das orações da igreja gerarão glórias a Deus: “Assim muitos darão graças por nossa causa, pelo favor a nós concedido em resposta às orações de muitos” (2Co.1.11b). Em Filipenses, ele reconhece mais uma vez que suas vitórias são fruto das orações da igreja: “De fato, continuarei a alegrar-me, pois sei que o que me aconteceu resultará em minha libertação, graças às orações de vocês e ao auxílio do Espírito de Jesus Cristo” - Fp.1.18-19.
Já na carta aos Efésios, ele pede coragem para pregar: “Orem também por mim, para que, quando eu falar, seja-me dada a mensagem a fim de que, destemidamente, torne conhecido o mistério do evangelho” (Ef.6.19-20). À igreja de Colossos, mais uma vez confia que os resultados de sua pregação serão fruto da oração dos santos: “Orem também por nós, para que Deus abra uma porta para a nossa mensagem (...) Orem para que eu possa manifestá-lo abertamente, como me cumpre fazê-lo” - Cl.4.3-4.
Deste modo, o apóstolo, em suas cartas, insiste que tanto o livramento de suas tribulações, quanto o resultado de sua mensagem serão fruto da luta dos irmãos em oração: “Orem por nós, para que a palavra do Senhor se propague rapidamente e receba a honra merecida, como aconteceu entre vocês. Orem também para que sejamos libertos dos homens perversos e maus, pois a fé não é de todos” - 2Ts.3.1-2.
Procure conhecer as lutas e os desafios dos missionários. Peça a ele individualmente que compartilhe seus desafios mais profundos que não são expostos em suas circulares. Ore para que Deus amoleça o coração dos ímpios que ouvirão a Palavra, mas ore também pelo relacionamento da equipe dos missionários, e sobretudo, pela família, pela vida, pela saúde e vida espiritual do missionário. Os problemas no campo poderão cansar o missionário. Os problemas de equipe poderão fazê-lo mudar de campo. Mas os problemas na família, na saúde e na vida espiritual do missionário podem tirá-lo de vez do campo. Quanto precisamos de lutadores na oração pelos missionários!

2) Investindo em missionários
Num mundo cada vez mais materialista, consumista e com pessoas cada vez mais sofisticadas, pessoas e igrejas com o dom de investir em missões evidenciam ainda mais a graça de Deus. É através desta graça, canalizada por igrejas locais, famílias e indivíduos é que a Obra missionária tem prosperado ao redor do mundo.
Sabemos que o apóstolo Paulo não era um mercenário. Muito pelo contrário, quando precisou, abriu mão de seu devido sustento: “Se outros têm direito de ser sustentados por vocês, não o temos nós ainda mais? Mas nós nunca usamos desse direito. Pelo contrário, suportamos tudo para não colocar obstáculo algum ao evangelho de Cristo” (1Co.9.12). No entanto, quando ele precisa falar sobre o assunto, ele não se constrange.
Para os Romanos, ele resolveu escrever a sua obra-prima teológica com o propósito de “colher algum fruto entre vocês, assim como tenho colhido entre os demais gentios” (Rm.1.13). É curioso o jogo de palavras que ele faz. O investimento financeiro, que ele pede, no versículo 13, redundará na pregação do Evangelho “a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes” (Rm.1.14) dos quais ele é “devedor”. As igrejas investem em Paulo, para que ele pague a sua dívida do Evangelho entre os gentios. No capítulo 15, versículo 24, ele ainda deixa claro que o investimento em missões, muito além de uma necessidade do missionário, é uma “oportunidade”: “Espero visitá-los de passagem e dar-lhes a oportunidade de me ajudar em minha viagem para lá”. Aos Filipenses, Paulo usa uma linguagem bancária e expande a ideia da “oportunidade”: “Não que eu esteja procurando ofertas, mas o que pode ser creditado na conta de vocês” (Fp.4.17). Ou seja, o missionário está saindo para o mundo sanar sua dívida do evangelho com o campo, e as igrejas que investem neste missionário, receberão os “lucros” dele em sua “conta espiritual” de ações de graças a Deus.
Assim, não apenas a igreja local, mas famílias e indivíduos, busquem o dom da generosidade e invista em missões, este investimento sem risco, com lucros garantidos. Invista sistematicamente, com fidelidade, e esporadicamente, com generosidade. E não apenas dinheiro, mas também com recursos para o seu ministério, tal como viagens, Bíblias, literatura, construções etc.

3) Visitando missionários
Um dos grandes desafios do campo missionário é a solidão e a saudade. Uma visita a um missionário no campo é uma demonstração do amor de Deus através da Igreja.
Ainda na carta aos Romanos, Paulo escreve sobre uma mulher chamada Febe, “serva da igreja de Cencréia”  que “tem sido um grande auxílio para muita gente, inclusive para mim” (16.1). Esta é uma demonstração de uma serva do Senhor que, momentaneamente,  auxiliou Paulo no campo.
Aos Coríntios, Paulo escreve sobre Estéfana, Fortunato e Acaico, “porque eles supriram o que estava faltando da parte de vocês. Eles trouxeram alívio ao meu espírito, e ao de vocês também. Valorizem homens como estes” (1Co.16.17-18). Aos Filipenses, ele cita Evódia e Síntique, que “lutaram ao meu lado na causa do evangelho, com Clemente e meus demais cooperadores. Os seus nomes estão no livro da vida” (Fp.4.3). Em um dos episódios mais comoventes de Atos, Paulo, não podendo ir até Éfeso, manda chamar os presbíteros da Igreja: “De Mileto, Paulo mandou chamar os presbíteros da igreja de Éfeso. Quando chegaram, ele lhes disse” (At.20.17-18) e ele dá uma palavra apaixonada na sua despedida: “Tendo dito isso, ajoelhou-se com todos eles e orou. Todos choraram muito e, abraçando-o, o beijavam. O que mais os entristeceu foi a declaração de que nunca mais veriam a sua face. Então o acompanharam até o navio” (Atos 20.36-38). Estes presbíteros nos dão uma grande lição sobre o cuidado do missionário.
Finalmente, no fim da vida, Paulo está na prisão abandonado, que é quando o Apóstolo demonstra a necessidade de companhia e a dor do abandono: “Procure vir logo ao meu encontro, pois Demas, amando este mundo, abandonou-me e foi para Tessalônica. Crescente foi para a Galácia, e Tito, para a Dalmácia.
Só Lucas está comigo. Traga Marcos com você, porque ele me é útil para o ministério. Enviei Tíquico a Éfeso. Quando você vier, traga a capa que deixei na casa de Carpo, em Trôade, e os meus livros, especialmente os pergaminhos (...) Na minha primeira defesa, ninguém apareceu para me apoiar; todos me abandonaram. Que isso não lhes cobrado. Mas o Senhor permaneceu ao meu lado e me deu forças, para que por mim a mensagem fosse plenamente proclamada, e todos os gentios a ouvissem. E eu fui libertado da boca do leão” - 2Tm.4.9-17.
Visite missionários. Além de você mesmo ser grandemente abençoado pelo testemunho de suas vidas, você pode abençoar grandemente a vida das famílias. Separe umas férias, algumas semanas. Prepare um curso para auxiliá-lo no campo, leve literatura, histórias para crianças; se programe para levar a mocidade da igreja etc. Todos serão ricamente abençoados!

4) Hospedando missionários
Quando o missionário volta do campo, seja em férias, seja em período de levantamento de parceiros, ele está, de certa forma, deslocado: sem casa, móveis, muitas vezes sem carro, etc. Como é bom para o missionário desfrutar de uma hospitalidade amável!
Tantas vezes, ao visitar as igrejas, o apóstolo Paulo é servido da hospitalidade dos irmãos. O apóstolo João, em sua terceira carta, escreve: “Eles falaram à igreja a respeito deste seu amor. Você fará bem se os encaminhar em sua viagem de modo agradável a Deus, pois foi por causa do Nome que eles saíram, sem receber ajuda alguma dos gentios. É, pois, nosso dever receber com hospitalidade a irmãos como esses, para que nos tornemos cooperadores em favor da verdade” (3Jo.1.6-8). Certamente, ele estava pensando nas palavras do seu Mestre Jesus: "Na cidade ou povoado em que entrarem, procurem alguém digno de recebê-los, e fiquem em sua casa até partirem. Ao entrarem na casa, saúdem-na. Se a casa for digna, que a paz de vocês repouse sobre ela; se não for, que a paz retorne para vocês” (Mt.10.11-13). A casa que recebe missionários tem que ser digna, e será abençoada com a paz do Senhor.
O apóstolo, por muito tempo, desfrutou da hospitalidade de Priscila e Áquila: “Depois disso Paulo saiu de Atenas e foi para Corinto. Ali, encontrou um judeu chamado Áqüila, natural do Ponto, que havia chegado recentemente da Itália com Priscila, sua mulher (...) Paulo foi vê-los e, uma vez que tinham a mesma profissão, ficou morando e trabalhando com eles, pois eram fabricantes de tendas.” (At.18.1-3). A estadia do apóstolo foi tão impactante, que o casal acabou se tornando companheiro de viagem de Paulo: “Paulo permaneceu em Corinto por algum tempo. Depois despediu-se dos irmãos e navegou para a Síria, acompanhado de Priscila e Áqüila” - At.18.18.
Receba missionários em sua casa, mas também em sua igreja. Chame-os para compartilhar do que Deus tem feito. Além do mais, a igreja está cheia de famílias de Deus que se agradam em oferecer viagens especiais para o descanso do missionário, ou casas no campo, ou casas em lugares amenos em que possam desfrutar de descanso. Este serviço também é hospitalidade e recebe a paz do Senhor.

5) Encorajando missionários
Você pode orar por missionários, investir em missionários, visitar missionários e receber missionários mas não ter, necessariamente, encorajado a família. Não perca a oportunidade de fazer isso. O missionário, num trabalho extraordinário e sobrenatural, como é o trabalho missionário, constantemente é acometido de desânimo, que pode ser um abismo que chama outro abismo.
O apóstolo Paulo, algumas vezes, precisou ser encorajado diretamente pelo Senhor, como em: “Certa noite o Senhor falou a Paulo em visão: "Não tenha medo, continue falando e não fique calado, pois estou com você, e ninguém vai lhe fazer mal ou feri-lo, porque tenho muita gente nesta cidade" (At.18.9-10). Mas, contantemente, o Senhor o encorajava por intermédio da Igreja: “Anseio vê-los, a fim de compartilhar com vocês algum dom espiritual, para fortalecê-los, isto é, para que eu e vocês sejamos mutuamente encorajados pela fé.” (Rm.1.11-12). E através de irmãos da igreja, como em 1Co.16.17-18: “Alegrei-me com a vinda de Estéfanas, Fortunato e Acaico, porque eles supriram o que estava faltando da parte de vocês. Eles trouxeram alívio ao meu espírito, e ao de vocês também. Valorizem homens como estes” (1Co.16.17-18) e em Fm.1.7: “Seu amor me tem dado grande alegria e consolação, porque você, irmão, tem reanimado o coração dos santos” Fm.1.7.
Você pode fortalecer nossos missionários no campo, os auxiliando a revigorar o espírito e assim produzir a obra do Senhor. Há várias maneiras além das outras já citadas acima. Você pode responder suas circulares, escrever a eles carinhosamente quando se passa um longo tempo entre elas. Você pode mandar livros, presentes para os filhos, se lembrar dos aniversários, mandar pregações em vídeo etc. Quando um missionário recebe um encorajamento da igreja, é como se Deus o estivesse falando: “Não fui eu que lhe ordenei? Seja forte e corajoso! Não se apavore, nem se desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar" - Js.1.9.

6) Investindo em vocacionados
Uma área pouco lembrada no serviço à obra missionária, mas de grande importância, é o cuidado com o vocacionado. Talvez a grande defasagem de missionários no campo não seja por serem poucos os vocacionados, mas por estes vocacionados estarem em igrejas que não os apóia.
Quando o apóstolo Paulo se converteu e começou a pregar em Damasco, teve que logo fugir de lá escondido. Então foi para Jerusalém, para se encontrar com a Igreja, “mas todos estavam com medo dele, não acreditando que fosse realmente um discípulo” (At.9.26). A igreja não acreditou no seu chamado! Foi então que surgiu a figura do Barnabé pela primeira vez na vida do missionário. Ele acreditou no chamado dele, e o apresentou aos apóstolos. Mesmo assim, Paulo foi impedido de pregar o evangelho em Jerusalém, e “os irmãos o levaram para Cesaréia e o enviaram para Tarso” (At.9.30). Paulo voltou para a “casa da mamãe”, onde teria seu ministério enterrado, não fosse Barnabé, mais uma vez, investir em Paulo: “Então Barnabé foi a Tarso procurar Saulo e, quando o encontrou, o levou para Antioquia. Assim, durante um ano inteiro Barnabé e Saulo se reuniram com a igreja e ensinaram a muitos” (At. 11.25-26). Você já imaginou se Barnabé, como os outros apóstolos, não tivesse investido na vida deste homem?
O preparo do missionário é longo e muito dispendioso. Quantos vocacionados não estão nas igrejas sem que ninguém os apóie, olhando de um lado para o outro uma maneira de serem enviados? “E como pregarão, se não forem enviados?” (Rm.10.15). Quem sabe Deus não o está chamando para ser um Barnabé na vida de missionários, e indiretamente ser instrumento de Deus na vida de muitos povos?
Ore ao Senhor e peça a direção e a convicção para investir a sua própria vida, a de sua família, e de sua igreja local, na cooperação da Obra missionária.

02/07/2013

Ouvidos que promovem a paz - Js.22

André Filipe, Aefe!

“Estes se alegraram com o relatório e louvaram a Deus. E não mais falaram em guerrear contra as tribos de Rúben e de Gade, nem em devastar a região onde eles viviam” - Js. 22.33

As tribos de Rúben, de Gade e meia de Manassés estavam partindo para suas terras após juntarem espadas com seus irmãos, na conquista das terras de Israel. Após atravessarem o Jordão, param em Gelilote, e constroem um "imponente altar ali, próximo ao Jordão" (22.10).
Esta notícia atravessou o Jordão de volta como um incêndio, se espalhando furiosamente pelas lideranças das outras tribos. Assim, movidos pelo zelo religioso, "toda a comunidade de Israel reuniu-se em Siló para guerrear contra eles" (22.12).
Entretanto, os sábios tomaram a frente dos impetuosos e resolveram enviar o sacerdote Finéias e mais 10 representantes das nações para averiguarem a situação. Eles chegaram recriminando: "Como foi que vocês cometeram essa infidelidade para com o Deus de Israel?" (22.16).
Os líderes das 2 tribos e meia, certamente surpresos com a repreensão, não tardaram em explicar: "Fizemos isso temendo que no futuro os seus descendentes digam aos nossos: '(...) Vocês não tem parte com o Senhor" (...) Por isso que resolvemos construir um altar (...) como testemunha entre nós e vocês. Longe de nós nos rebelarmos contra o Senhor" (22.24-29).
Observe o que aconteceu: o zelo ao Senhor das duas tribos e meia ao construírem um memorial, mal entendido, estava indo de encontro com o zelo das 10 tribos do outro lado, e levando Israel para uma guerra civil!
Mas quando o sacerdote e os líderes "ouviram o que os homens de Rúben, de Gade e de Manassés disseram, deram-se por satisfeitos" (22.30). Atravessaram o Jordão, contaram a todos o mal entendido, e todos "se alegraram com o relatório, e louvaram a Deus. E não mais falaram em guerrear contra as tribos de Rúben, e de Gade, nem em devastar a região onde eles viviam" (22.33).
Porque o povo ouviu, evitaram uma guerra sangrenta e injusta. Quanto não precisamos desses ouvidos que promovem a paz! Quanto a falta deles não tem gerado conflitos intensos, mesmo quando os dois lados são movidos pela fidelidade ao Senhor...
Líderes e ovelhas, pais e filhos, marido e esposa, amigos e amigas, que nossas mãos impetuosas da fé sejam acompanhadas dos ouvidos da sabedoria que buscam a paz antes da guerra.

Sugestão de oração: “Senhor, nos ajude a permanecer zelosos ao Senhor, sem, no entanto, nos enganarmos ao condenar o próximo sem ouvir suas razões. Ajude-nos a evitar um ímpeto de fé sem sabedoria, que traz guerra, conflitos, ofensas e desentendimentos. Dá-nos os ouvidos da sabedoria, que promovem a paz.”

22/01/2013

Conferência de Tradução da Bíblia


A Conferência de Tradução da Bíblia foi realizada pela ALUMI em parceria com a Wicliffe Bible Translators, em 14 de outubro de 2006, em São Paulo.

Para ser envolver com o ministério de Tradução da Bíblia, acesse:
http://www.missaoalem.org.br/

A importância da Tradução da Bíblia
Andres Casanueva - Diretor associado Wycliffe International para as Américas



O processo de tradução da Bíblia
Robert Dooley - tradutor do Antigo e Novo Testamento Guarani Mbyá



A formação do tradutor da Bíblia
Steve Marlett - Diretor acadêmico da SIL para as Américas



O impacto da tradução da Bíblia
 Steve Sheldon - Diretor da Wiclife no Brasil