OBS.4s: observações quadradas para um mundo redondo sobre um Deus triúno!

22/02/2009

Missionários S/A

Como ficar milionário investindo em missões

O bebabá que eu conheço sobre investimentos em ações é mais ou menos assim: existem dois tipos de empresas, as limitadas (ltda) e as sociedades anônimas (S/A). As empresas limitadas são aquelas com número fixo de sócios, normalmente uma empresa familiar. Uma S/A é a empresa que abriu para que outras pessoas possam tornar-se sócias dela, e assim investirem financeiramente na empresa. Quando o investidor torna-se sócio de determinada empresa, comprando uma porcentagem em ações, ele certamente deverá torcer para que aquela empresa cresça e se desenvolva cada dia mais, pois quanto mais aquela empresa crescer, mais rico ficará o investidor.

Brincando um pouco, penso que o missionário é aquela empresa que deixou de ser limitada para tornar-se uma S/A, aguardando investimentos de fora para que possa desempenhar seu projeto para Deus. Se uma empresa quebrar, coisa nada incomum nos dias de hoje, os acionistas perdem tudo o que investiram, por outro lado, quando um servo de Deus investe financeiramente em um missionário, neste momento ele já conquistou um título de ação com Deus (também chamado de galardão) que nenhuma crise econômica poderá tirá-lo.

Não vejo nenhum problema em uma pessoa investir dinheiro em outra para ganhar galardão com Deus, pelo contrário, creio que esta é a melhor motivação. Paulo, ao agradecer a igreja de Filipo pelo auxílio em suas necessidades, refere-se assim a ela:
"Não que eu esteja procurando ofertas, mas o que pode ser creditado na conta de vocês (...) Estou amplamente suprido, agora que recebi de Epafrodito os donativos que vocês enviaram. São uma oferta de aroma agradável, suave, um sacrifício aceitável a Deus" - Fp. 4.17-18.

Além do mais, quando um investidor escolhe uma empresa, ele busca as empresas mais estáveis, ou as mais ricas, ou aquelas em que ele aposta que irá crescer. Ele aposta nos indivíduos da empresa e no "clima" do mercado e do mundo. Ele torce para que a empresa cresça, ele estuda e observa a situação mundial para saber se está favorável ou não. Já com o investidor em ações eternas (também conhecido como boas obras) é um pouco diferente.

Ele não precisa escolher o missionário pela sua capacidade, pois Deus transforma galhos secos em árvore frutífera, e não escolhe o campo mais fácil, aquele que dará mais frutos, deixando de lado aquele campo em que dificilmente será erguida uma igreja, pois Deus, quando não abre o mar, faz andar sobre as águas, como já diz a música. Por isso, o investidor deve torcer pelo missionário (também conhecido como orar incessantemente, escrever cartas, pastorear, envolver outras pessoas no projeto), pois isso não somente trará sucesso ao missionário e ao projeto, mas elevará as suas ações às alturas.

E aqueles 5 talentos entregues a você serão finalmente transformados em 1o talentos, que você depositará aos pés de Jesus, seguido do mais confortante dos abraços e do mais desejado dos mimos:
"Muito bem, servo bom e fiel; fostes fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu Senhor" - Mt. 25.21.

15/02/2009

Ansiedade

“Afasta do coração a ansiedade e acabe com o sofrimento do seu corpo, pois a juventude e o vigor são passageiros”.
Eclesiastes 11.10 (NVI)

Estava pensando sobre o que escrever, então, para conseguir falar com autoridade, decidi falar de algo que eu entendo bem – ansiedade.
Uma coisa eu posso dizer com toda certeza sobre mim é que sou ansioso. Essa é uma característica que há muito tempo venho tentando mudar. Às vezes parece que ela sumiu, mas na maioria das vezes ela está bem viva dentro de mim.
A ansiedade está diretamente ligada à falta de fé, pois se estamos ansiosos é porque não confiamos na provisão de Deus.
Se fosse escrever sobre como lidar com a ansiedade o texto ficaria muito pequeno, bastaria citar Mt 6.25-34 ou Sl 37.7, dentre tantos outros textos que se resumem em confiar em Deus e eu ainda não tenho autoridade para isso.
Vou compartilhar com vocês sobre as conseqüências da ansiedade – isso sim eu, infelizmente, sei.
Antes de falar sobre as conseqüências, precisamos deixar claro que ficamos ansiosos basicamente por duas coisas: pelo o que Deus quer nos dar e pelo o que Deus não irá nos dar. Ambos são graves, no primeiro caso a falta de confiança na bondade e amor de Deus é gritante (Mt 7.11), o segundo declara nossa falta de intimidade com Deus (Tg 4.3).
Agora vamos às conseqüências.

1a. conseqüência – temos um relacionamento “falso” com Deus.
Como podemos orar a Deus pedindo que ele nos abençoe em determinada área se não cremos que ele possa nos abençoar?
É como se chegássemos a um mendigo e pedisse para ele nos dar uma casa. Fazemos isso realmente acreditando que ele pode cumprir? Será que temos orado a Deus crendo em seu poder? (Lc 1.37, 18.27 e Mt 19.26).
Deus nos conhece! Sabe o que passa no nosso coração! Não adianta ir conversar com ele escondendo alguma coisa, se apresentar com um coração alegre e agradecido quando na verdade ele está ansioso (Fp 4.6).

2a. conseqüência – não crescemos espiritualmente.
Por não conseguir esperar em Deus e aceitar Seu tempo e por sempre querer resolver as coisas do nosso jeito, acabamos não exercitando a fé.

3a. conseqüência – tomamos decisões erradas.
Quando não esperamos, quando forçamos as coisas e tentamos resolver da nossa maneira o final não é legal. Caímos no pior lugar que poderíamos estar – fora da vontade de Deus. No final vamos parar, olhar para traz e dizer: “Devia ter esperado, devia ter confiado!”.

4a. conseqüência – pecamos contra Deus.
Considerando que pecar é não fazer o que Deus manda, pecamos quando desobedecemos a ordem de “não andar ansiosos por coisa alguma”.

Não importa o que estamos esperando, não importa o que nos deixe ansioso, enquanto nós não descansarmos em Deus isto não chegará, a ansiedade não passará.
Não existe outro jeito, se não for por Deus, você não receberá.

Que nosso Pai nos ajude a esperar nEle!

10/02/2009

Sentimentos



Ultimamente tenho estado em contato com o assunto de sentimentos. Esse é um assunto muito sério nas igrejas e um assunto que pode fazer com que nossa vida se torne mais difícil.
Domingo na escola dominical estudamos sobre o salmo 137, um salmo muito forte em que o salmista demonstra ódio pelo povo que o está dominando. É engraçado como algumas vezes tentamos racionalizar as coisas e dizer por que ele disse aquilo, muitas vezes negamos o que sentimos falando que é pecado ou que é ruim. Preste bem atenção, eu não estou falando que devemos pecar e nutrir esses sentimentos, o que estou dizendo é que devemos ser honestos conosco mesmos e sentir o que estamos sentindo.

Quando negamos nossos sentimentos passamos por um processo muito maior para solucionar o problema do que quando deixamos que esse sentimento venha e lidar com ele, dando o tempo dele passar e pensando em como agir. É engraçado que Paulo fala para nós relacionarmos uns com os outros com salmos, e esse salmo 137 é sobre ódio, daí eu acho que a palavra integro faz mais sentido, sentir o que sentimos e lidar com esse sentimento nos controlando para que ele não se torne um pecado e mostrando o que temos sentido uns com os outros.

Acredito também que Jesus em seu ministério da reconciliação tenha dado um fim a um ciclo de sentimentos e ações erradas. Pois Ele sofreu muitas injustiças e crueldades e mesmo assim não descontou nenhum, e ainda por cima nos ensinou como devemos agir quando injustiçados. Ele nos chama a sermos encerradores de ciclos de ódio, desprezo, raiva, orgulho e etc. Como fazemos isso? Perdão! O perdão é a quebra da cadeia e dos sentimentos ruins. Normalmente tenho a tendência a alimentar meus sentimentos ruins e isso sempre me fez mal. Com o perdão a cadeia se quebra e me liberta.

Então, acredito que se nós deixarmos nossos sentimentos serem sentidos e lidar com eles sem alimentá-los quebrando os ciclos com o perdão viveremos melhor e nos tornamos mais parecidos com nosso mestre Jesus.

01/02/2009

Sai do Pé-cado!




Diariamente eu peco. Diariamente você peca. Não tem escape.
Seja fazendo algo escondido, seja omitindo um fato, seja julgando alguém, seja tendo pensamentos sujos, seja desejando algo que não é seu, você acaba pecando.

Muitas vezes, por mais que eu tente evitar, eu não consigo. E confesso, não são todas as vezes que tento resistir. Mas quando eu paro e analiso o meu pecado, eu sinto ódio de mim, e do meu próprio pecado. Dá uma sensação ruim de que eu sou totalmente controlado. A liberdade que eu possuo de escolher entre o certo e o errado, entre fazer e não fazer, no fundo só parece comprovar que eu estou mais preso ainda. O pecado é como a unha do dedão encravada, que faz você se sentir frágil e propenso a cair toda hora. É tão desagradável que você deseja arrancar logo o dedo inteiro, para se sentir leve e confortável.

Como nos desenhos animados, aparece um diabinho na orelha, que oferece pensamentos ruins, e que alimenta o lado pecador, criando na pessoa o Mr. Hyde e a transformando em alguém que Deus deveria sentir vergonha de amar. Esta é a questão: o fato de resistirmos ou não a um pecado depende de quem nós alimentamos: o bem ou o mal. Os dois estão famintos! É uma guerra diária travada dentro do nosso ser. Quem costuma vencer dentro de você?

Há um relato engraçado, contado por Santo Agostinho em sua obra “As Confissões de Santo Agostinho”, em que ele diz que durante a sua juventude (aos 16 anos, mais precisamente), ele costumava roubar peras do pomar do vizinho, juntamente com seus amigos. O fato é que ele admite que não eram as peras que ele estava buscando: ele as tinha em abundância e em melhor qualidade em sua propriedade. Ele as colhia, e depois jogava fora, somente para saciar a sua maldade. Ah, e ele nem mesmo gostava de peras. Ele diz: “Se alguma tocou meus lábios, foi o meu crime que me deu sabor”.

Pedro, que em Marcos 14:31 disse a Jesus: “Ainda que seja preciso que eu morra ao teu lado, jamais te negarei!”, traiu a Jesus, de certa forma, na mesma gravidade que Judas. Em Marcos 14:71, Pedro invoca maldição divina sobre si e jura que nem mesmo conhece Jesus (Essa parte do texto de Marcos foi fornecida diretamente pelo próprio Pedro).
Mas em João 21:15-19, Jesus quebra essa maldição e restaura a vida de Pedro, que mais tarde cumpriria o que tanto queria: morrer pela pregação da vida de Jesus.

Deus não deixa de nos amar, mesmo pecando contra Ele. Pecamos quando deixamos de fazer a Sua vontade, quando nos afastamos Dele por comodidade ou por rebeldia, quando O culpamos por algo que achamos que Ele devia fazer. E nós não O surpreendemos com o nosso pecado, não o desapontamos. Ele já nos conhece, conhece nossas vidas, nossos atos passados, presentes e futuros. Ele sabe qual vai ser a sua postura, sua decisão, sua intenção.
Wayne Grudem, em seu livro Teologia Sistemática, afirma que quando pecamos, ainda que Deus não deixe de nos amar, Ele se desgosta conosco. Da mesma forma que a esposa ama o marido, o pai ama o filho e pode em certo momento se desgostar com ele. Ele se entristece e nos disciplina com o Seu amor. Em Efésios 4:30, Paulo diz que os cristãos podem entristecer o Espírito de Deus.
A questão é que ao pecarmos, nossa comunhão com Deus se interrompe. Nosso relacionamento com Ele se torna distante e vazio. Sentimo-nos incompletos e sujos.
Ou seja, ao pecar, os únicos a serem prejudicados somos nós mesmos.

Muitas vezes confundimos as conseqüências do nosso pecado. Não é porque sentimos que Deus está ausente, que Ele não está nos falando, que a nossa vida não está indo pra frente, que Ele está demorando a nos atender, que nós cometemos algum pecado. Ás vezes, ouvir o silêncio de Deus é bom. Deus usa o tempo e o espaço para nos transformar, nos amadurecer. Pode parecer que está demorando, mas o nosso tempo não é o tempo de Deus. Pode ser que Ele queira que você pare um pouquinho para refletir sobre a sua vida, suas prioridades, seus planos. Acredite, você nunca vai estar totalmente pronto, perfeito e bom. Sempre haverá a necessidade de mudança, aperfeiçoamento, crescimento espiritual. E Ele não está preocupado se isto vai interferir nos seus planos terrenos egoístas, ambiciosos. Ele está preocupado em deixar você preparado para cada passo a ser dado em sua vida. E Ele está sempre com você!