OBS.4s: observações quadradas para um mundo redondo sobre um Deus triúno!

01/11/2010

O ano de Josué

 Eu tinha ficado muito doente. Uma febre muito alta. Lembro que, sozinho, cheguei a ter umas alucinações. Fui à Santa Casa, e, missionário alucinado, senti o desejo insano de me levantar na sala de espera para pregar o evangelho para todos que estavam na sala. Alucinado, insano, mas covarde: não fiz nada. Cheguei a casa frustrado. Foi quando o Josué, sabendo que estava doente, foi me visitar. Compartilhei minha insanidade e minha covardia. Ele, sempre coerente, são e equilibrado, cedeu a tudo isso por ser, sempre, um bom amigo.
Compartilhei com ele o desejo de ir lá novamente, e ele decidiu ir comigo.
Cheguei novamente na sala de espera e, claro, não disse nada. Mas ele estava lá, ao meu lado, na minha vergonha.



Saímos dali, e ao retornar para casa, no encontramos com um grupo de moradores de rua, que nos abordaram. Daí não perdemos a chance, pregamos o evangelho! Lembro de termos feito uma roda de oração no meio da rua, com os moradores de rua que eram meio "pentecostais" rsrs. Pensando bem, acho que o Mala estava junto nesse dia...

Este ano o Josué se casa, e se forma em seu curso de missões, sendo o "primeiro missionário profissional" da turma, depois do Marquinho. Mas não é só um ano do Josué, é um ano de todos nós. Todos nós ficamos felizes quando um grande amigo fica feliz.

De todos nós, a renúncia do Josué era sempre a maior. Eu queria ser missionário, mas, a julgar pela minha formação em Letras, ser missionário era até um luxo. Mas o Josué não. Um dos únicos que não era filho de pastor, passou pelo curso de Engenharia sem nenhuma reprovação, empregado, e bem empregado. Trabalhava numa multinacional, com possibilidades de trabalhar no exterior. Nós fomos testemunhas de seu total desapego destas coisas para seguir o caminho do Senhor.



Outro assunto é namoradas. Da turma, era o mais galã. Ou mais "vistoso", como dizia o Marvin. Até o Rael gostava de vê-lo sem camisa, rsrsrs. Fomos testemunhas de tudo o que ele abriu mão para seguir sua vocação.

Depois, a escolha do curso. Íamos cursar seminário juntos. Em Sampa, com igreja, na IPB. Tudo mais fácil. Eu, covarde, fiquei. Mas ele seguiu para Viçosa. Somos testemunhas de tê-lo visto desempregado, solteiro, sem "nada", seguindo para Viçosa, interior de Minas, longe de suas "tecnologias".

Tenho outras inúmeras histórias que demonstram seu caráter abnegado. Lembro de tê-lo recebido na república, na sexta-feira véspera do dia das mães. Ele tinha passado no lugar em que encontramos a família de catadores de papelão, e que ele, de maneira especial, tinha se apegado a eles, auxiliando financeiramente a família diversas vezes. Mas naquele dia, ele tinha passado lá só para entregar um docinho de dia das mães à matriarca daquela família.

Também vi o seu empenho no trabalho no Moinho, apegado emocionalmente às famílias de lá: um frouxo, eu diria, rsrsrs.

Este ano não é só o ano de Josué: é o ano que testemunhamos a fidelidade do Senhor. Josué se casa, e se casa bem. Josué se forma em seu curso de missões, está feliz (ao que tudo indica), com um ministério, com um mestrado na Federal de Viçosa (mas quem vê nem percebe), com uma casinha de dar inveja.

Sara e eu somos gratos a Deus por ter vivido no tempo do Josué e da Karem, do Mala e da Miriã, do Israel e da Jéssica, do Marquinho e da Priscila, do Marcelo e da Lia, do Ricardinho, da Déa, do Marvin, do Pops, do Lu, e de tantos outros que fizeram uma geração incrível, e de que ainda vamos ouvir falar muito.

5 comentários:

Mala disse...

É aefe, to quase chorando aqui.
E sim, vc era o mais frouxo hahahahaha
Valeu Aefe, fico honrado de ter amigos como você e os outros que você citou.
Um abraço

Unknown disse...

A verdade é que eu chamei o Zeh de frouxo, mas relendo o texto, pareceu que eu tbém sou frouxo pra caramba, rsrsrs... mas, claro, não posso deixar de esquecer que vc foi e sempre será o Frouxo mor, hahaha

Josué disse...

Nouss! Fiquei curioso pra conhecer esse tal Josué! rsrs
É uma honra te ter como amigo, meu querido!
Fico muito feliz também com todos os amigos que o Senhor me deu em São Paulo.
Como diria o MarVin: "vocês moram no meu coração e não pagam aluguel!"

Um abração do

Anônimo disse...

Até eu fiquei curiosa pra conhecer esse Josué!! rsrs
Mto bonito o texto Aefe!!
Retratou o Tato mto bem!! :)

Samuel disse...

Legal ler esse texto...
e conhecer um pouco mais desse cara!

foi muito bom te conhecer josué..e melhor ainda nas circunstancias q foram, apesar de estarmos perto, em viçosa nunca tinha conversado e nos conhecemos melhor num projeto missionário!
Deus te abençoe!!!
abração