OBS.4s: observações quadradas para um mundo redondo sobre um Deus triúno!

15/12/2008

Um Comércio Justo, Será que existe?


A primeira impressão que essas duas palavras passam é de uma coisa que não existe, ou uma brincadeira irônica sobre nossa situação enquanto humanos. Muitas vezes temos a tendência de brincarmos com as situações para aceitarmos elas melhor. Assim acontece com a situação de comércio mundial, nunca vemos nada que nos agrade ou que possamos considerar justo. Sempre competição, exploração, abuso, e etc.

Acontece que cristãos alemães na década de 70, acredito eu, pensando sobre isso, tiveram uma idéia diferente para a prática do comércio. Eles compravam os seus produtos diretamente dos produtores, para que eles pudessem ter a possibilidade de ganhar o dinheiro justo por seu trabalho e poderem viver com o que faziam. Além desse incentivo financeiro, princípios como mutua colaboração, respeito ao próximo e difusão do conhecimento eram passados nessa relação. Assim, muitas pessoas passaram a adquirir produtos socialmente responsáveis. Com o crescimento da idéia, surgiu a necessidade de se organizar e credenciar aqueles que realmente necessitavam e garantir aos consumidores que aquele dinheiro investido realmente fazia alguma diferença na sociedade. Foi daí que surgiram certificadores para os produtores. Elas garantiam aos consumidores que produtores seguiam os princípios e auxiliava os produtores nas mudanças necessárias e mantinham uma relação com eles.

Com o maior crescimento numérico de certificadoras, tornou-se necessária uma unificação de conceitos e estabelecimento de princípios adotados, daí surgiu a organização que regula, certifica e divulga a idéia de Comércio Justo, a FairTrade Labelling Organization - FLO.

No Brasil o movimento sempre funcionou como fornecedor dos produtos certificados, mas com pouca visibilidade e conhecimento. Até que no final da década de 90 a Visão Mundial (novamente os cristãos) começou um trabalho com artesãos no nordeste brasileiro, inclusive ganhando um prêmio do BNDES. A idéia passou a ser difundida com maior velocidade no país e hoje existe uma organização chamada FACES que é a união de todas iniciativas de comércio solidário. A FLO está presente no Brasil em associação com uma empresa consultora chamada BSD, o trabalho é basicamente fazer a relação com os produtores e difundir a idéia. Não é um trabalho fácil, visto que é necessária uma mudança de consciência perante os produtos que compramos.

Toda nossa produção certificada é exportada, atualmente a demanda por produtos certificados é maior do que a oferta. Mas a demanda se concentra em países da Europa, nos EUA e Japão. É muito triste saber que o brasileiro que tem a consciência não pode comprar esse produto e que saber que os que tem a consciência são tão poucos. A vontade da FLO é fazer que haja no mercado nacional uma difusão da prática desse tipo de comércio para que os produtores daqui vendam para os consumidores daqui.

Os princípios seguidos pela FLO os certificados e consumidores são: equidade, justiça, transparência, não discriminação e respeito mútuo. Os produtores tem que ter respeito as mulheres, se reunirem em cooperativas, crianças devem estudar e não podem trabalhar, devem ser pequenos produtores e respeitar o meio ambiente. Esses são alguns exemplos do que o comércio justo representa. Será que tem alguma relação com princípios cristãos?

Comércio Justo, essa idéia pega?


Se interessou? Assista a reportagem "Cafeicultores de Minas Gerais exportam para Europa e EUA" clicando aqui.

6 comentários:

Obs.Tetras disse...

Certas expressões fazem meu coração arder e “comércio justo” é uma delas!
Excelente texto Mala! Espero que a idéia pegue! Sejamos difusores desta verdade!
O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a participar dos frutos. 2 Timóteo 2.6

Unknown disse...

Poxa, muito legal seu post, Mala!
Fiquei felzi em saber que há gente séria neste meio, gente de Deus num meio que só nos traz más notícias!

Acho que a igreja poderia apoiar orando pelo ministério e conscientizando as pessoas a comprar produtos com o selo. Eu mesmo já indiquei seu texto para um casal de amigos produtores de café...

ps. como sei que um produto passou pela certificação do FLO?

Abraços e que Deus abençoe seu ministério com a FairTrade.

Israel disse...

É, esse assunto é muito oportuno, até porque poucos sabem.
Pelo que eu lembre do TGI deles, vem um selo no produto escrito FLO! Se eu tiver errado, corrige Mala! Abraço!

Mala disse...

É isso aí Rael!

Unknown disse...

Puxa, nunca vi isso em produto nenhum!!!

Sabe dizer se alguma grande marca usa o selo?

Mala disse...

A starbucks usa. Mas aqui no brasil ainda não encontramos produtos com o selo. os produtos produzidos aqui são todos exportados.